Lá se vão cinco anos desde
que Luciana Vendramini
apareceu em uma novela. Por
isso mesmo, ela não esconde
a animação com o retorno
aos estúdios de gravação,
na pele de Ninica, personagem
que vai interpretar em
“Uma rosa com amor”, próxima
novela do SBT. “Fiquei
muito tempo fazendo teatro
e, por isso, estou achando
uma delícia”, revela a atriz,
cujo último trabalho na tevê
havia sido na novela “Da cor
do pecado”, na Globo. Mas
voltar para a televisão não
é a única novidade. É que,
acostumada com trabalhos
mais dramáticos, dessa vez
ela aposta em um gênero
diferente. No “remake” de
Vicente Sesso, adaptado por
Tiago Santiago, Luciana vai
revelar seu lado cômico vivendo
uma socialite atrapalhada
e divertida. “Ela tem
uma ingenuidade que faz a
personagem ser leve e engraçada.
Costumo dizer que ela
é bem ‘loirinha’”, brinca.
Parte do núcleo “endinheirado”
da trama, Ninica
é a amiga “pé no chão” do
grupo formado por Ercy e
Alzira, vividas por Ana Carolina
Lima e Gisele Fraga,
respectivamente. “Uma é bipolar
e a outra é arrogante.
Já a Ninica é companheira, se
sensibiliza com os problemas
das amigas”, descreve. Mas,
segundo Luciana, o conflito
da personagem não para por
aí. Ninica vai se apaixonar
por um dos irmãos gêmeos
interpretados por Rubens
Caribé. “Essa trama, especificamente,
vai ser muito legal.
Porque um irmão é rico e o
outro é pobre e ela vai sempre
confundir os dois”, garante
ela, que buscou inspiração
em filmes mais leves e
em alguns trabalhos da atriz
americana Cameron Diaz.
“Assisti a longas sem conflitos
muito complicados. E os
papéis da Cameron foram
os que mais se aproximam
da Ninica”, acredita a loura,
que também usou exercícios
teatrais, como o chamado
prêt-à-porter, no qual o ator
constrói a identidade do personagem
aos poucos.
Apesar de afastada da mídia
televisiva, Luciana afirma
que nunca esteve tão próxima
da profissão. Durante
esse período, aproveitou para
se dedicar às aulas no Centro
de Pesquisa Teatral, comandado
pelo diretor Antunes
Filho em São Paulo. “Quando
se está fazendo novela não dá
tempo de pesquisar e criar.
Fazer teatro é um exercício
tão intenso e detalhado que
só me fortalece como atriz”,
defende. E é exatamente por
conta dos estudos que ela
jura não sentir dificuldades
em voltar a trabalhar em novela,
mesmo depois da longa
pausa. “É como andar de bicicleta,
quando você volta a
andar nem parece que ficou
tanto tempo parado. Na hora
que comecei a gravar, já
me veio a minha época de
novela, de ‘Vamp’, ‘Rei do
gado’, ‘Malhação’”, explica,
citando os trabalhos que
fez na Globo.
Mesmo empolgada em
viver um papel bastante
diferente dos anteriores,
Luciana não esconde que
tem dificuldades em interpretar
um personagem que
segue a linha cômica. “Esse
trabalho é mais sutil. Acho
bem difícil fazer comédia”,
ressalta. O gosto pelo drama,
ela atribui a suas experiências
pessoais, como
o Tra nstorno Obsessivo
Compulsivo – TOC – que a
afastou da carreira de atriz,
no qual acumulou diversas
manias que atrapalhavam
seu dia a dia. “Me identifico
rapidamente com esses
conflitos internos, por isso
sei mostrar esse lado melhor”,
garante. E, diferente
do que muitos podem
pensar, Luciana não sofre
ao viver papéis mais pesados.
Para ela, o drama pode
ser prazeroso e até mesmo
divertido. “Quando fazia
‘4.48 Psicose’, as pessoas
sempre me perguntavam se
era difícil e eu estava rindo
aliviada”, relembra ela, referindo-
se à peça de Sarah
Kane, a qual interpretou
uma mulher com enfermidades
mentais.