Os preços do boi gordo em Campo Grande e Dourados reagiram e já ocupam patamares semelhantes aos do início de 2008, ano de euforia na pecuária. A arroba é cotada a R$ 76, em média, alta de 8%, de acordo com levantamento da Scot Consultoria, de São Paulo. A análise também apontou a menor diferença entre a cotação do boi gordo em Barretos (SP) e Campo Grande desde setembro de 2008: -3,2%. Os pecuaristas da Grande Dourados estão otimistas com a recuperação nos preços registrados nos últimos 15 dias. Os negócios com frigoríficos reagiram e a arroba subiu R$ 5 para o pagamento à vista. De acordo com o corretor Camilo de Melo, de Dourados, Vários fatores estão puxando a cotação diária. A aproximação da Semana Santa, as pastagens que já atingiram o melhor ponto, e começam a declinar na qualidade com a aproximação do inverno, as escalas mais curtas dos frigoríficos e a retenção do gado no pasto para forçar a alta, são fatores que têm mexido nos preços. O analista de mercado, Júlio Brissac, de Campo Grande, credita a subida nos preços à falta de animais disponíveis para abate. Segundo ele, o excesso de chuva deixou o gado pronto para venda antes do tempo, no ano passado, e agora eles ainda não estão prontos para reforçar as escalas dos frigoríficos. “E quem tem gado terminado no pasto opera com cautela, porque sabe que os preços estão em ascensão”. Variação Desde o começo do ano os preços do boi gordo poucas vezes ultrapassaram a barreira dos R$ 70 a arroba. Em março variou de R$ 67 a R$ 68, mas ontem as ofertas das indústrias eram bem melhores. Os frigoríficos de Ponta Porã, Itaporã e Guia Lopes de Laguna pagavam R$ 73, à vista, enquanto o de Caarapó ficou fora do mercado pela manhã. Segundo Melo, os criadores de gado estão na expectativa da arroba subir para R$ 75 ou R$ 78 em pouco tempo, citando que alguns produtores, mais otimistas, estão falando em R$ 80. Já o preço da vaca gorda ontem estava a R$ 68 em dois frigoríficos e R$ 70 no terceiro.