A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou 30 pessoas por suposto envolvimento em um esquema fraudulento que desviou mais de R$ 16 milhões da Conta Única do Estado do Mato Grosso. O inquérito produzido pela Delegacia Fazendária conta com mais de 1,8 mil páginas e foi encaminhado para a 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária nesta segunda-feira. De acordo com a delegada Cleibe Aparecida de Paula, que presidiu o inquérito policial, todas as pessoas indiciadas foram beneficiadas de alguma forma, em maior ou menor proporção.
Outras 24 pessoas relacionadas na lista de 41 pessoas da Auditoria Geral do Estado não foram indiciadas por "ausência de indícios convergentes que os apontem como supostos autores das infrações penais ora investigada". Entre os supostos beneficiados, está a ex-coordenadora da Conta Única, Magda Mara Curvo Muniz, apontada como a principal articuladora do esquema, os terceirizados Edson Rodrigo Ferreira Gomes e Glaúcio Fabian Ota do Nascimento, e o servidor do setor financeiro da Secretaria de Estado de Fazenda, Paulo Alexandre França. Eles foram indiciados pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos no sistema, subtração ou inutilização de livro ou documento e formação de quadrilha.
Segundo as investigações, Magda e os três servidores montaram uma lista de supostos credores do Estado (laranjas) e passaram a efetuar pagamentos nas contas bancárias dessas pessoas por meio de transferência da Conta Única, sem a devida comprovação de prestação de serviços ou qualquer outra atividade realizada. Os outros 26 indiciados responderão por vários crimes, como peculato e formação de quadrilha.