Acompanhando o mercado
internacional, a soja na
região de Dourados tem tendência
negativa atualmente
e continuará com esse viés
quando a safra começar a
ser colhida em grande escala
no Brasil. A grande produção
mundial puxada pelos
Estados Unidos já teve impacto
nas cotações do grão.
Somente no município de
Dourados a estimativa é de
que sejam colhidas 420 mil
toneladas de soja, mas produtores
ouvidos pelo Correio do
Estado já reclamam dos preços
sinalizados no pico da safra,
em março. Mas essa é uma
regra de mercado, como citou
o diretor de uma corretora
de commodities agrícolas em
Dourados, Amarildo Palma.
Ontem a saca, no disponível,
estava cotada a R$ 35, equivalente
a US$ 19,12 (no dólar
a R$ 1,83), preço considerável
razoável pelos agricultores,
já que nesta safra os custos
de produção caíram bastante,
como resultado do efeito da
crise internacional sobre os
principais insumos agrícolas.
Para março, o mercado da
oleaginosa trabalha com a
projeção de R$ 29 a saca, ou
seja, seis reais a menos do que
a cotação atual. Antes da colheita
da safra recorde norteamericana,
de 91,4 milhões de
toneladas, segundo o último
relatório do Departamento de
Agricultura (USDA), o produto
chegou a R$ 43 na praça de
Dourados, no disponível.
Palma lembrou que além
da grande safra dos EUA, a Argentina
deverá ter produção
de 53 milhões de toneladas
e o Brasil, ao redor de 65 milhões.
“O mercado mundial terá
soja para atender à demanda
por bastante tempo. E isso
pressiona os preços, seja aqui
em Dourados como em outros
países produtores”, destacou o
corretor.
Mas além dos preços em
baixa, o produtor sul-matogrossense
de soja tem outro
obstáculo que deprime o seu
lucro: a pauta do ICMS, extremamente
alta, da Secretaria
de Fazenda do Estado para
vendas interestaduais.
Hoje a saca de soja na hora
da venda está fixada em R$
52,80. Com isso, o produtor
perde mais de um real pela
diferença do imposto com o
Paraná, para onde é escoada
grande parte da produção para
embarque no porto de Paranaguá.
De acordo com os especialistas
do setor de grãos,
o Governo precisaria ajustar
a sua pauta fiscal à realidade
do mercado estadual.