Mesmo com as prolongadas e quase diárias chuvas – que em janeiro já atingiram 201,8 milímetros em Dourados, as lavouras de soja na região vão se desenvolvendo satisfatoriamente e as primeiras áreas de variedades superprecoces, plantadas no início de outubro, começarão a ser colhidas na primeira quinzena de fevereiro. Em várias lavouras, as folhas começaram a amarelar na parte inferior da planta, indicando o estágio final da maturação dos grãos. A expectativa dos agricultores é com relação à produtividade cuja média, que seria de, pelo menos, 50 sacas por hectare, ou 3.000 quilos. Mas muitos colherão acima disso, já que as previsões climáticas são positivas até o final da safra. Segundo o engenheiro agrônomo Angelo Ximenes, as atenções dos produtores neste momento devem ser com a ferrugem asiática, que está atacando mais intensamente as lavouras douradenses, e com o percevejo, que suga os grãos da soja, causando perdas irreversíveis. De acordo com os registros do Consórcio Antiferrugem, até ontem Dourados tinha 27 ocorrências da doença; esse é o município mais atacado na região. Nos demais grandes produtores de soja do sul do Estado, como Caarapó, Rio Brilhante, Maracaju, Ponta Porã, Aral Moreira e Amambai, os casos desta doença fúngica não passam de sete. Em Mato Grosso do Sul, já são 254 focos da ferrugem. Por estarem antecipando o plantio, os agricultores da Grande Dourados começarão a colher a soja em larga escala em março, terminando os trabalhos antes do final de abril, mês que, em safras passadas, alcançava o pico da colheita. Essa antecipação tem justificativa: quanto mais cedo tirarem a soja dos campos, mas rápido farão a semeadura do milho safrinha.