eleição antecipada da Mesa Diretora da Câmara de Campo Grande deve acontecer até o início do mês que vem. “O acordo foi, vamos deixar para depois do carnaval. Pode ser na última semana de fevereiro ou, no mais tardar, até a primeira semana de março”, informou o vereador Paulo Pedra (PDT). Acordo neste sentido, explicou, havia sido firmado em reunião com o presidente Paulo Siufi (PMDB). Com isso, Siufi, candidato único, poderá ser reeleito nove meses antes de terminar seu primeiro mandato. Será o primeiro pleito a permitir a reeleição na direção da Casa de Leis local. Isso será possível devido à alteração proposta e aprovada pelos próprios atuais vereadores na Lei Orgânica do Município e no regimento interno, no ano passado. Conforme o atual vice-presidente, Cabo Almi (PT), o vereador Carlão (PSB) protocolou ofício na Casa solicitando a antecipação do pleito. Carlão confirmou, expl icando que entregou ofício à Mesa em dezembro último. “A eleição interna tem de passar por nós. Pedi para antecipar porque durante ou depois das eleições de outubro o debate político poderia interferir”, justificou. Pré-candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa, Cabo Almi adiantou que não continuará na vice-presidência, e perguntado sobre quem deverá ocupar a vaga, disse acreditar que será o próprio Carlão. Este afirmou não saber se ocupará o cargo. “Não me falaram nada sobre isso”, disse. Quase unanimidade Apesar da repercussão negativa da chamada Lei da Pornografia e da pesquisa Ibrape divulgada neste início de ano pelo Correio do Estado, apontando que só 12% da população considera ótima ou boa a atuação da Câmara, apenas o vereador Alcides Bernal (PP) considera que a antecipação da eleição interna para reeleger o presidente pode piorar a imagem do Legislativo municipal. “Entendo que é preciso respeitar datas – limite estabelecidas. Embora não haja impedimento legal para antecipação. Creio não ser oportuno, é desnecessário”, afirmou. Em contrapartida, os demais consideram indiferente a data do pleito. “O Paulo Siufi já tem 17 dos 21 votos. Acho que não precisava antecipar”, disse o vereador Cabo Almi. “Acho que vai ganhar eleições de outubro quem tem proposta, trajetória e, infelizmente, aqueles que usam o poder econômico. A eleição interna da Câmara não interfere”, completou. A outra integrante do PT, Thaís Helena, que também é pré-candidata a deputada estadual, tem opinião semelhante. “Se a maioria quiser antecipar, não vou criar caso. Sendo agora ou no fim do ano, o resultado será o mesmo, o Paulo será reeleito para o segundo biênio”, disse. A vereadora justificou seu apoio dizendo que o atual presidente “deu independência à Casa que não se via havia muito tempo”. Sobre eventual repercussão negativa, afirmou não crer na possibilidade. “Não acredito que a população vai interpretar de maneira errada a antecipação. Se acontecer, vamos esclarecer que isso não altera em nada o processo”. Pré-candidato a deputado federal, o vereador Paulo Pedra (PDT) também acredita que a antecipação da Mesa não atrapalha os integrantes da Casa que vão disputar as eleições de outubro. “A eleição da Mesa agora ou depois não interfere nesse processo”, avaliou Pedra.