adilson trindade
O vice-prefeito de Campo Grande, Edil Albuquerque (PMDB), retirou a sua candidatura de primeiro-suplente do candidato a senador, vice-governador Murilo Zauith (DEM), e abriu crise na coligação do governador André Puccinelli (PMDB). Ele acusa o comando do PMDB de não cumprir os compromissos de campanha de Murilo. “Eu estou fora da campanha”, declarou Edil, depois da reunião, ontem na hora do almoço, com o vice-governador.
Murilo sentiu o golpe. Mas não quis se manifestar sobre a decisão do Edil e não escondeu também a sua insatisfação com o comando da coligação do PMDB de excluí-lo da lista de prioridade na campanha eleitoral.
Edil evitou acusação direta ao governador depois de ser aconselhado pelo prefeito Nelsinho Trad (PMDB), de Campo Grande, o primeiro a saber da decisão de ele “cair fora” da campanha de Murilo. “Estou muito chateado, sim”, comentou o vice-prefeito.
“Tenho motivos de sobra para retirar a minha candidatura e sair da campanha eleitoral”, justificou Edil. E questionou: “Por que foram à minha casa me convidar para ser candidato e depois nos abandonam? O que foi feito é um teatro!”
Edil destacou um exemplo de descaso à candidatura de Murilo numa reunião realizada sábado passado, em Sonora, com sete prefeitos. Segundo ele, “de repente aparecem Moka (deputado federal Waldemir Moka, candidato a senador pelo PMDB) e Delcídio (senador Delcídio do Amaral, candidato à reeleição pelo PT) para ofuscar Murilo”. Ele atribuiu esta articulação ao deputado estadual Júnior Mochi (PMDB), que levou Delcídio a Sonora para “tirar votos de Murilo”.
“Como vou ficar enganando os meus amigos aqui em Campo Grande, que de uma maneira e outra se envolvem em nossa campanha?”, indagou. “Não vou enganar ninguém e todos sabem da preferência do comando de campanha por Moka e Delcídio e Murilo foi excluído”, criticou. “Nós estamos vendo em todas as regiões do Estado todo o PMDB trabalhando para um cara só e por um adversário”, afirmou.
O vice-prefeito de Campo Grande considera insustentável a campanha de senador com a pressão do PMDB para impedir apoio a Murilo. “A verdade é que fomos ludibriados a sair candidato e agora estamos abandonados”, criticou Edil Albuquerque.