lidiane kober
O vice-prefeito Edil Albuquerque (PMDB) cogita recuar e aceitar ser coadjuvante na disputa por vaga de senador como suplente do vice-governador Murilo Zauith (DEM) desde que seu nome seja incluído na lista de possíveis sucessores do prefeito Nelsinho Trad (PMDB), em 2012. Também está na pauta de negociação o compromisso do governador André Puccinelli (PMDB) para lançar Nelsinho como seu sucessor, em 2014. Isso na hipótese de o PMDB vencer o PT, em outubro, na batalha pelo comando do Governo do Estado. Mas, antes de tudo, Puccinelli precisa quebrar a resistência da família de Edil, que não concorda em ver o vice-prefeito ir para o sacrifício nas eleições deste ano.
Ontem, na residência de Nelsinho, o governador reiterou a Edil a importância de ele aceitar a suplência de Murilo. “O André insiste em meu nome, pois avalia que, ao lado de uma pessoa com boa densidade eleitoral em Campo Grande, aumentam as chances de o Murilo virar senador”, disse Edil.
Para convencer o vice-prefeito a entrar no embate, Puccinelli apresentou uma série de argumentos. Ele citou a importância do DEM no processo eleitoral, por conta do tempo de propaganda gratuita que o partido tem direito. Além disso, destacou a importância de contar com uma pessoa da região da Grande Dourados em sua chapa majoritária. Murilo já avisou que sem um nome importante da Capital na suplência não aceita disputar vaga de senador.
“Entendo os argumentos do governador, mas sem acenos para o futuro fica difícil para mim convencer minha família a concordar na minha candidatura como suplente”, ressaltou Edil. O vice-prefeito entende que, ao ajudar Puccinelli nestas eleições, deve ser beneficiado no futuro. “Somos um grupo político e temos que ser parceiros”, defendeu.
Seu plano é contar com o apoio do governador para Nelsinho concorrer ao Governo do Estado em 2014 e pelo menos incluir seu nome da lista de sucessores do prefeito de Campo Grande, em 2012. “O André firmou compromisso de que o Nelsinho irá sucedê-lo”, revelou Edil. “E pela primeira vez, houve uma conversa para eu concorrer à prefeitura”, completou.
O vice-prefeito sabe que os nomes preferidos de Puccinelli para suceder Nelsinho são o do deputado estadual Carlos Marun (PMDB) e do ex-secretário de Obras, Edson Giroto (PR). “Mas acho que devemos respeitar o critério de fila e ouvir o que a população quer”, defendeu Edil.
Com as cartas expostas na mesa, a conversa sobre a suplência de Murilo segue na próxima quarta-feira. Na ocasião, Puccinelli irá tentar convencer a família do vice-prefeito a liberá-lo para a disputa eleitoral. “Tenho um filho promotor, um médico e uma filha especialista em moda. Quero eles do meu lado em todos os meus projetos”, ponderou Edil.