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Donos de cães e gatos vacinados contra raiva, desde o início do ano e também na campanha realizada neste mês, têm reclamado que os bichos tiveram reações à substância e, em alguns casos, relacionaram a morte dos animais ao uso da vacina. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) informou, as reações são normais e os proprietários devem continuar vacinando seus animais. Na semana passada, a imunização foi suspensa nos municípios de São Paulo porque pelo menos nove animais morreram depois do contato com a substância. Em Campo Grande, nenhuma morte foi informada ao CCZ.
Nayara Batagello, de 19 anos, tem cinco gatos que foram vacinados na sexta-feira (20) por agentes de saúde. “À tarde eles já ficaram com febre, ninguém podia encostar neles, que eles gritavam de dor; ficaram em estado alarmante”, reclamou. Segundo ela, ontem, mesmo depois de tomar remédios e serem atendidos por um veterinário, os gatos “ainda não estavam 100%”.
Moradora do Bairro São Francisco, Semira Alves Ferreira, de 68 anos, também recebeu os agentes em casa há cerca de 15 dias, quando seu cachorro foi vacinado. Quatro dias depois, o animal morreu. “Eu moro nos fundos, o cachorro não sai de casa. Não estou dizendo que foi a vacina, mas pode ter sido”, disse Semira. Segundo ela, não havia restos de carne ou outro material que pudesse ter sido envenenado. Animais de vizinhos e do filho dela, que também foram vacinados, morreram ou tiveram reações fortes depois da imunização.
Reações normais
A diretora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Júlia Macksoud, disse que as reações são normais e já foram registradas desde o mês de maio, quando a vacina começou a ser usada na Capital. Porém, mortes de animais ainda não foram informadas ao centro. “A outra vacina que era usada não dava reação. Mas essa, que começou a ser usada no início de maio, é de melhor qualidade e tem algumas reações leves, como febre e dor local”, disse. Segundo ela, a mesma substância é vendida em clínicas particulares e em outros países. “O Ministério da Saúde já orientou que podemos continuar com a vacinação”, reiterou.
Segundo a diretora, apesar das reações que duram em média 24 horas, a vacina é segura para os animais. “Ainda há casos de raiva no Estado e o risco é grande, por isso, a vacinação deve continuar”, defendeu Júlia.
Para que os casos sejam investigados, o CCZ deve ser comunicado quando há alguma reação forte ou morte de animais logo após a imunização.