Economia

COMPRAS NO EXTERIOR

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Dólar baixo impulsiona viagens

Dólar baixo impulsiona viagens

ESTADÃO E BBC BRASIL

06/04/2011 - 00h00
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Os brasileiros gastaram mais de US$ 16,4 bi no exterior em 2010

O câmbio favorável e o recente aumento da inflação estimulam a procura pelo turismo voltado para compras no exterior. De olho na demanda, agências de viagem têm lançado novos pacotes sob medida para brasileiros que viajam para consumir.

Os lançamentos indicam que Miami ainda é o destino mais visado pelos viajantes pautados pelo consumo.

Maior operadora da América do Sul, a CVC lançou na semana passada um pacote de compras na cidade, assim como a Intravel Turismo, que inaugurou produto similar duas semanas antes.

Os pacotes custam a partir de US$ 1.418 (cerca de R$ 2.280) - incluindo passagens aéreas, cinco noites de hospedagem e transporte terrestre para fazer o circuito dos outlets.

O público-alvo são futuras mães que vão comprar o enxoval dos bebês, noivas que preferem comprar o vestido de casamento no exterior ou pessoas que querem renovar o guarda-roupa ou o acervo de eletrônicos sem ter que pagar o preço de importados no Brasil.

IOF mais alto

No ano passado, os brasileiros gastaram o valor recorde de US$ 16,4 bilhões em bens e serviços no exterior, de acordo com o Banco Central. O valor equivale a cerca de 0,7% do PIB de 2010.

Para tentar conter os gastos no exterior e conter a valorização do real, o governo anunciou, na semana passada, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras feitas com cartão de crédito fora do Brasil. A taxa subiu de 2,38% para 6,38%.

Dias após a medida, porém, o dólar alcançou seu valor mais baixo desde a crise em setembro de 2008, sendo cotado a R$ 1,61 na última sexta-feira.

Magda Nassar, vice-presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), avalia que o aumento do IOF não vai segurar o consumo dos viajantes, ainda mais com o real valorizado.

"As pessoas vão procurar alternativas que não onerem a sua viagem, como traveller's checks, dinheiro ou cartões de débito de viagem", afirma.

"O acúmulo de impostos no Brasil faz com que tudo aqui seja mais caro até do que na Europa. Com os Estados Unidos, então, não existe nem nível de comparação", acrescenta Nassar, que também é proprietária de uma empresa que oferece roteiros em Nova York e Orlando.

Grifes

A expectativa de que o crescimento econômico leve mais brasileiros às compras no exterior motivou a visita ao Rio, na semana passada, de representantes de uma rede de lojas da Europa.

Turistas brasileiros já são o quinto maior público do Chic Outlet Shopping, uma rede especializada em grifes de luxo presente em nove cidades europeias.

"Achamos que podemos aumentar ainda mais essa participação", diz Sarah Bartlett, gerente de relações públicas e comunicação do grupo.

No Brasil, os representantes tiveram reuniões com operadoras de turismo para desenvolver roteiros com paradas em uma ou mais de suas lojas.

Os shoppings a céu aberto ficam nas cercanias de grandes cidades europeias, geralmente a cerca de 40 minutos do centro, e vendem roupas e produtos de grifes como Gucci, Prada, Alexander McQueen, Diane von Furstenberg e Burberry com até 70% de desconto.

"O boom econômico do Brasil abriu possibilidades para muitas pessoas e trouxe um novo olhar para o estilo de vida", afirma Michael Black, diretor de merchandising da empresa. "Se antes essas grifes só podiam ser vistas da vitrine, hoje elas são acessíveis", acrescenta.

Déficit

 Para a economista Renata Lèbre La Rovere, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o aumento do consumo no exterior se dá por uma conjunção de fatores: a expansão da classe média, que aumentou a demanda por viagens entre brasileiros; o câmbio atual, que favorece a compra de dólares; e a carga tributária sobre determinados produtos importados, como eletrônicos.

"Quando as pessoas fazem a comparação dos preços, acabam sendo induzidas a comprar onde é mais barato", afirma a economista, coordenadora de pós-graduação em turismo, economia e gestão da UFRJ.

Já o professor de economia internacional na UFRJ Reinaldo Gonçalves observa que os gastos de brasileiros no exterior aumentam o déficit da conta de transações correntes do Brasil.

Gonçalves lembra que esse déficit foi de US$ 48 bilhões no ano passado. Os US$ 16,4 bilhões gastos em bens e serviços no exterior representam um terço do total.

"Isso é resultado do fato de que o governo brasileiro está deixando pessoas, empresas e bancos se endividarem no exterior", avalia o economista. "É um erro gravíssimo. Foi o que aconteceu na Grécia e na Irlanda."

Na opinião do professor da UFRJ, o aumento do consumo no exterior é um agravante no cenário de risco de desindustrialização temido por setores da indústria brasileira.

Para Gonçalves, pior do que uma possível desindustrialização, a transferência do consumo contribui para um fenômeno mais grave: a "reprimarização da economia" - favorecendo investimentos em setores primários como petróleo, mineração e soja, em detrimento de produtos de maior valor agregado

Economia

Não houve invasão externa em sistema do Tesouro, diz Haddad

Segundo ele, alguém com acesso à ferramenta tentou desviar recursos

22/04/2024 19h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Não houve ataque externo na invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Tesouro Nacional, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do Portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.

“Não foi um hacker que quebrou a segurança [do Siafi], não foi isso. Foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e está rastreando para chegar aos responsáveis”, declarou o ministro antes de sair para reunião no Palácio do Planalto. “O sistema está preservado. Foi uma questão de autenticação. É alguém que tinha acesso.”

O ministro disse não saber sobre valores supostamente desviados e disse ter recebido a informação assim que a imprensa começou a divulgar o caso. “Não tenho informação sobre valores. Isso estava sendo mantido em sigilo inclusive dos ministros. Estava entre o Tesouro [Nacional] e acho que a Polícia Federal. Eu soube no mesmo momento em que vocês”, disse, reiterando que não houve ataque externo de hackers ao sistema.

Divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, a invasão do Siafi ocorreu neste mês. Os criminosos supostamente conseguiram emitir ordens bancárias e desviar dinheiro público usando o login de terceiros no Portal Gov.br.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. No fim desta tarde, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter entrado na investigação e estar acompanhando o caso “em colaboração com as autoridades competentes”.

Tesouro

Em nota emitida no início desta noite, o Tesouro Nacional confirmou a afirmação de Haddad de que o Siafi não foi invadido, mas que ocorreu uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Segundo o órgão, as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema.

O órgão acrescentou que está tomando todas as medidas necessárias em resposta ao caso, incluindo ações adicionais para reforçar a segurança do sistema. “O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, concluiu o comunicado.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

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Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

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