Um documentário, em fase de produção, pretende lembrar um dos pontos mais importantes da história de Mato Grosso do Sul, o Forte Coimbra – detalhe: utilizando tecnologia avançada de animação. A ideia partiu do publicitário e animador Fábio Flecha após entrar em contato com o livro "Retirada da Laguna", de Visconde de Taunay. "Na leitura, observei que o nosso passado é marcado por situações interessantes, histórias militares heroicas, como a própria Guerra do Paraguai, mas que muitos não conhecem", explica Fábio. "Foi a partir daí que pensei em produzir algo a respeito. Entrei em contato com o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul e foquei no Forte Coimbra, que tem uma história fascinante", empolga-se.
O filme será um média-metragem, 50 minutos, e a maior parte da projeção contará com imagens feitas em animação computadorizada 3D. "A previsão é de que cerca de 60% a 70% do documentário sejam feitas com esta técnica", prevê a produtora-executiva Tânia Sozza. Recentemente, o projeto recebeu o certificado da Lei Rouanet, concedido pelo Ministério da Cultura, para captar R$ 650 mil referentes à produção. A intenção dos envolvidos é obter o valor ainda no primeiro semestre e lançar o filme nos primeiros meses de 2011. O fato de utilizar animação facilitará a reprodução de vários momentos importantes na história do forte, que foi construído em 1775, quando se tornou importante marco da disputa territorial entre os governos de Portugal e Espanha na região. Um exemplo da tensão entre as duas potências da época aconteceu no início do século 19, quando o coronel de Infantaria Ricardo Franco de Almeida Serra defendeu-se do ataque da coroa espanhola. Na ocasião, mesmo com número reduzido de soldados e munição, os portugueses conseguiram alterar o plano do exército invasor, que teve de retornar à base de origem no atual território paraguaio. "Esta passagem terá destaque", antecipa o diretor.
O documentário mostrará ainda o período da Guerra do Paraguai, quando o forte foi ocupado pelos soldados do país vizinho. Para alcançar fidelidade nas reconstituições, a equipe pesquisa há dois anos vários tipos de materiais. Ainda haverá depoimentos de estudiosos, moradores da região e militares. O ator Davi Cardoso deverá ser o narrador e apresentador. A intenção é exibir o documentário em festivais, emissoras de televisão e instituições de ensino. Há possibilidade de a produção servir de base para outro projeto sobre o Forte Coimbra. "Estudamos a viabilidade, no futuro, de produzir um filme que reconstitua, com atuação de atores, o passado do local. A primeira etapa seria a realização desse documentário", diz Fábio.
Em 1978, o Forte Coimbra foi reconhecido como Patrimônio Histórico da Humanidade. Em 1996, passou a se chamar 3ª Companhia de Fronteira e Forte Coimbra. Em 2002, também recebeu a denominação histórica de Companhia Portocarrero. (OR)