bruno grubertt
Mais de 25 mil pessoas, segundo levantamento da Polícia Militar, prestigiaram o desfile em comemoração dos 188 anos de Independência do Brasil e mais de 4 mil militares, além de 800 civis, desfilaram ao longo da Rua 14 de Julho. Os 300 metros de arquibancada ficaram lotados e o sol não espantou o público, até porque o tempo ficou muito melhor do que se esperava — a temperatura mais alta registrada foi de 22 graus e a umidade relativa do ar chegou a 48%, que não é o ideal, mas ficou bem acima do previsto, que era de 20%.
O desfile seguiu os protocolos tradicionais: o governador do Estado, André Puccinelli, acompanhado do comandante-geral do Comando Militar do Oeste (CMO), general Renato Joaquim Ferrarezi, fizeram a revista à tropa, quase no encontro da Avenida Mato Grosso com a Rua 14 de Julho, e seguiram, em carro blindado, até a Avenida Afonso Pena, onde fica montado o palanque de autoridades.
Em seguida, a aluna do Colégio Militar de Campo Grande Natanny Azevedo, acompanhada de um representante de cada entidade militar do Estado, correu pela 14 de Julho em posse de uma tocha e acendeu a Pira da Pátria, quando foi iniciado o desfile com as entidades civis, seguidas pelos militares e viaturas.
Oito aeronaves da Base Aérea de Campo Grande, sendo seis aviões e dois helicópteros, sobrevoaram a área do desfile no mesmo momento em que as tropas da Aeronáutica passavam pela 14 de Julho.
Público
O desfile de 7 de Setembro ainda reúne grande público, em sua maioria, formado por famílias que aproveitam o feriado para manter aceso o patriotismo. “É a festa do Brasil e de todos nós. Nós a organizamos sempre com vontade de honrar o nosso País”, declarou o comandante do CMO, general Renato Joaquim Ferrarezi.
Antes do início da solenidade, multidões desembarcaram de ônibus lotados para chegar em tempo de garantir um bom lugar. A máquina fotográfica digital e o celular são as armas do público para registrar a passagem dos militares. Crianças e adultos parecem estar hipnotizados com a passagem das tropas cobertas por pompa e seriedade. “É uma forma de lembrar daqueles que lutaram e até morreram pelo nosso País. A gente vem para demonstrar consideração e patriotismo”, defendeu Paulo César Ribeiro de 35 anos, que levou o filho Carlúcio, de 2 anos, para assistir ao desfile pela primeira vez.
Qualquer demonstração dos serviços, de armas ou veículos é suficiente para provocar euforia e garantir muitos aplausos da plateia. “Os militares são cidadãos de farda”, disse o general Ferrarezi. Pode até ser. Mas para os cidadãos “sem farda”, a presença das forças armadas nas ruas é motivo de mobilização.
“É uma ocasião especial para nós brasileiros”, disse a funcionária pública Suely Ribeiro. Ela foi assistir ao desfile da filha, que é técnica de enfermagem e compõe o quadro de saúde o Exército.
A Defesa Civil, que estava em alerta por conta da previsão do tempo, atendeu quatro pessoas que passaram mal — uma delas sofreu uma convulsão. Fora isso, os festejos seguiram sem mais alterações.
Movimento político
O grito dos excluídos, protesto que acontece todos os anos após os desfiles, reuniu poucos manifestantes neste ano. Os participantes misturaram-se com público que tomou a 14 de Julho e a Afonso Pena para se deslocar aos pontos de ônibus e à Praça Ary Coelho, onde muitos permaneceram.
Alguns militantes com bandeiras de partidos invadiram o espaço e, a partir daí, o desfile deu espaço às manifestações políticas de apoio a um ou a outro candidato.