Deputados do PMDB rejeitaram a ideia de o governador André Puccinelli (PMDB) apoiar a ministra Dilma Rousseff (PT) na sucessão presidencial, para impedir a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). Os petistas também criticaram a proposta de parceria por considerar a aproximação do governador falsa e movida apenas por interesses eleitoreiros. Já os tucanos prometeram enfrentar Puccinelli no caso da aliança com Dilma for confirmada. A tendência do PMDB de ficar com a candidata do PT foi anunciada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB). “No momento oportuno, o André vai marcar posição em favor de Dilma. Isto se confirmar o acordo nacional do PMDB com o PT”, revelou Jerson, depois de conversa confidencial com Puccinelli. O anúncio mexeu com os nervos das lideranças políticas de Mato Grosso do Sul. Para o deputado estadual Youssif Domingos (PMDB), antes de decidir, o governador precisa ouvir o partido. Ele avaliou ainda que o PMDB tem muito mais a perder por eventual aliança com o PT, em detrimento do PSDB. “É equivocada a interpretação de que a popularidade do presidente vai interferir. Isso ficou claro em 2006, quando Lula perdeu no primeiro e no segundo turno para o PSDB no Estado”, ressaltou. Já o deputado Marquinhos Trad (PMDB) repudiou o indicativo de as questões ideológicas sobreporem-se aos interesses particulares. “Político precisa ter lado, não seguir pesquisas que apontam o crescimento de determinado candidato (no caso da ministra Dilma)”, defendeu. “É muito mais coerente continuar a parceria com o PSDB, levando-se em conta as constantes trocas de acusações do governador com os petistas”, completou. Da mesma forma, pensa o deputado estadual Júnior Mochi (PMDB). Para ele, o PMDB deve manter o casamento com o PSDB. “Defendemos o mesmo projeto político e os anos de parceria demonstram a força da nossa união”, frisou. Só por conveniência Embora não rejeitem o apoio do governador à ministra Dilma Rousseff, os petistas criticaram a posição do peemedebista. “O André sempre age de acordo com seus interesses pessoais”, declarou o deputado Paulo Duarte (PT). “Como ele viu nas pesquisas o crescimento da Dilma e existe o burburinho que o Serra (José Serra) não vai concorrer, o governador decidiu pegar uma marolinha para o Zeca (José Orcírio) não surfar sozinho na onda do Lula”, concluiu. O deputado Amarildo Cruz (PT) reforçou a teoria, classificando a aliança como medida de pura conveniência. “O André está percebendo que a Dilma vai vencer e, logicamente, não quer ficar mal diante do Lula e da futura presidente”, disse. Enquanto isso, os tucanos reforçaram o projeto de candidatura própria na hipótese de o PMDB firmar aliança com o PT na sucessão presidencial. “Nós temos o nosso candidato”, repetiu o presidente regional do PSDB, deputado Reinaldo Azambuja. Segundo ele, a senadora Marisa Serrano (PSDB) está pronta para entrar na batalha pela sucessão estadual.