Lideranças do PMDB e do PSDB admitiram que prefeitos devem trair o vice-governador Murilo Zauith (DEM) ao apoiar a "dobradinha" do deputado federal Waldemir Moka (PMDB) com o senador Delcídio do Amaral (PT), na disputa pelas duas vagas de senador. Diante da infidelidade, os parlamentares aconselharam Murilo a desistir da disputa.
Segundo o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), prefeitos e até deputados do PMDB vão fazer campanha para a "dobradinha" de Moka e de Delcídio. "Até eu vou fazer parceria com o Delcídio em Corumbá e em Campo Grande", reconheceu. Ele ressaltou que escolhe os candidatos pela pessoa, não pelo partido. "Se eu fosse o Murilo, desistiria de concorrer ao Senado", aconselhou. Na concepção do parlamentar, o governador André Puccinelli (PMDB) só insiste na candidatura de seu vice de olho nos votos dos eleitores da Grande Dourados.
Entre os tucanos, também é de conhecimento a infidelidade de lideranças do PMDB na disputa pelo Senado. "O fato de prefeitos do PMDB apoiarem o Delcídio preocupa o Murilo", contou o deputado estadual Professor Rinaldo (PSDB). "No lugar dele, não sairia candidato", opinou.
Até os adversários do PMDB sabem e se incomodam por causa da parceria de peemedebistas com petistas. "Em evento público, o Antônio Carlos Biffi (deputado federal do PT) declarou a parceria com Júnior Mochi (deputados estado do PMDB) na região norte do Estado", contou o deputado estadual Pedro Kemp (PT).
"Panos quentes"
Por outro lado, parlamentares do PMDB adotaram discurso mais calmo para evitar polêmica. Os deputados Youssif Domingos e Júnior Mochi acreditam que, quando o governador conversar com os peemedebistas que desejam votar em Delcídio, as lideranças vão apoiar Murilo, que deverá fazer parte de sua chapa majoritária, juntamente com Moka.
Dessa forma, eles acabaram reconhecendo que tem infidelidade no partido. "A hora que o governador chamar os prefeitos, acho que as coisas podem se direcionar para o Murilo", afirmou Mochi. (LK)