Política

Política

A+ A-

Deputados bancam advogados com dinheiro da Câmara

Deputados bancam advogados com dinheiro da Câmara

Continue lendo...

Na teoria, a verba indenizatória – rebatizada "Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar" – serve para que deputados e senadores não precisem pagar do próprio bolso para exercer o mandato. Não é absurdo que um parlamentar, especialmente de Estados com grandes dimensões territoriais, receba um auxílio financeiro para visitar o eleitorado que lhe entregou o mandato. Mas, como quase todos os benefícios criados para a classe política, a cota parlamentar tem vasto histórico de uso distorcido.

Na lista das rubricas mais difíceis de fiscalizar, e por isso mais suscetível a fraudes, está a contratação de consultorias. Um dos usos possíveis dessa verba é a contratação de advogados sob a justificativa de que eles prestam "assessoria jurídica". Como os advogados não precisam bater ponto no gabinete nem são obrigados a produzir qualquer tipo de material escrito – a consultoria pode ser prestada, por exemplo, via telefone –, a fiscalização desses gastos é praticamente impossível. Para obter o ressarcimento, basta ao deputado apresentar, no fim do mês, uma nota assinada pelo advogado.

Alguns casos constatados pelo site de VEJA têm sinais de irregularidades – ou, no mínimo, de pouco zelo pelos recursos públicos – na Câmara dos Deputados. Um exemplo é o do deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO). Em 2013, ele repassou 117.600 mil reais ao escritório Freitas e Figuerêdo, de Goiânia. Foram oito pagamentos de 14.700 reais.

Os sócios do escritório são Danilo de Freitas, atua lsecretário de Infraestrutura de Goiás, e José Eliton Figuerêdo Júnior, vice-governador do Estado. Danilo e José Eliton não podem advogar porque ocupam cargo público. Os pagamentos do gabinete ao escritório tiveram início na mesma época em que a dupla, filiada ao DEM, migraram para o PP – o que representou uma escolha pelo grupo político do governador Marconi Perillo (PSDB), o mesmo de Lereia.

Leonardo Batista, outro advogado do escritório, disse inicialmente ao site de VEJA não saber do contrato com o gabinete de Lereia. Depois, voltou atrás: afirmou que presta auxílio na elaboração de propostas e de relatórios a projetos de lei. Sobre a relação política entre Lereia, o vice-governador e o secretário, Batista tem uma explicação: "Foi coincidência".

Mais comum do que a contratação de aliados é a destinação de recursos para advogados que defendem os parlamentares na Justiça. O deputado Renato Molling (PP-RS), por exemplo, tem um contrato com o escritório do advogado César Baumgartz. O acordo prevê a prestação de serviços ao gabinete do parlamentar. Mas Baumgartz também representa Molling em um processo que tramita em Sapiranga (RS).

O deputado Romário (PSB-RJ) também está na lista. O ex-jogador é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime contra a ordem tributária. O advogado dele, Luiz Sérgio de Vasconcelos Júnior, recebeu 12.000 reais do gabinete do deputado desde junho do ano passado. O gabinete não disse ao site de VEJA que tipo de serviço justificou a contratação do advogado.

Os parlamentares Sérgio Moraes (PTB-RS) e Chico das Verduras (PRP-RR) também mantêm contratos com advogados que os defendem na Justiça. Moraes é o deputado que já admitiu "se lixar" para o que diz a opinião pública. A dupla não respondeu ao site de VEJA.

Jusitifativa - A chamada "Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar" é a antiga verba indenizatória. O valor não é o mesmo para todos os parlamentares porque os deputados de Estados mais distantes de Brasília têm direito a gastar mais dinheiro com passagens aéreas. Para um parlamentar de São Paulo, por exemplo, a cota é de 33.730 reais. O valor serve para custear despesas com combustível, serviço postal, telefone e aluguel de escritório em suas bases.

A rubrica "consultorias" não é utilizada apenas para bancar gastos com advogados: a Câmara também aceita que os parlamentares paguem por serviços de empresas de pesquisas de opinião e assessoria de imprensa – apesar de existir outra rubrica específica para esta área. O uso da verba para bancar assessorias jurídicas é desnecessária: um parlamentar que queira manter um advogado em sua equipe pode nomeá-lo para um dos 25 cargos de livre nomeação de que dispõe cada deputado.

Cláudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil, diz que a contratação de advogados com recursos públicos é totalmente injustificável: "Já existe muita gente exercendo tarefas que são relacionadas ao exercício do mandato. Até as pedras sabem que esse tipo de despesa pode ser alocada quase integralmente para fins pessoais", diz ele. Mas, como o debate em torno da redução da cota parlamentar simplesmente inexiste no Congresso, o contribuinte vai continuar bancando despesas desnecessárias dos parlamentares.

Campo Grande

Ademar Jr. vai assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18) no Diogrande; Ademar esteve a frente de pastas estratégicas do governo de Mato Grosso Sul

18/04/2024 17h10

Com perfil técnico atuou em diversas pastas do governo do Estado Divulgação Funtrab

Continue Lendo...

O prefeita Adriane Lopes nomeou, na tarde desta quinta-feira (18), o médico-veterinário Ademar Silva Junior, para assumir o comando da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Sidragro).

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Ademar assume a vaga de Adelaido Vila, que deixou a pasta para disputar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições deste ano. Vila, durante todo o período em que comandou a pasta, cumulou a o cargo de secretário com o de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL). 

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Experiente, Ademar Silva, atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

Assine o Correio do Estado

 

 

 

 

Salários

Governo tenta barrar PEC que turbina salário de juízes em meio a greves

As estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano

18/04/2024 15h00

Proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes. Divulgação

Continue Lendo...

O governo federal se prepara para tentar barrar o avanço da proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes, promotores, delegados da Polícia Federal, defensores e advogados públicos.

A PEC (proposta de Emenda à Constituição) do Quinquênio foi aprovada nesta quarta (17) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve entrar na pauta de votações do plenário para as cinco sessões de discussão previstas em regimento.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou nesta quinta (18) que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve conversar com Pacheco quando voltar de Washington, nos Estados Unidos, onde participa de agendas do G20 e do Fundo Monetário Internacional.

"Não me parece adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público enquanto não há proposta para os servidores. O governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. Vamos dialogar e pedir bom senso e reflexão do Congresso", disse.

Professores e servidores de instituições federais de ensino estão em greve desde segunda (15). Nesta quarta (17), os grevistas marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram um aulão em frente à sede do MEC (Ministério da Educação).

O avanço da PEC no Senado acendeu o alerta no governo. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que as estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano, a depender do número de carreiras e da extensão do penduricalho para aposentados.

A Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea) estima que, com a inclusão de advogados, defensores públicos e delegados da PF, o impacto do quinquênio no caixa da União chegará a R$ 9,9 bilhões por ano.

"Não está claro na PEC o que vai acontecer com os aposentados. Até 2003 tinha paridade. Quem está aposentado vai querer requerer 35% de reajuste no ganho de aposentadoria. O volume de categorias que já estão pedindo inclusão. Não sei em que orçamento cabe essa proposta", disse Wagner.

A proposta altera a Constituição para garantir aumento de 5% do salário para as carreiras contempladas a cada cinco anos, até o limite de 35%. A atuação jurídica anterior dos servidores públicos -na advocacia, por exemplo- poderá ser usada na contagem de tempo.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).