Em menos de 24 horas
dois idosos morreram vitimados
pela dengue hemorrágica
em Campo Grande.
O primeiro a falecer foi um
aposentado de 75 anos. Ele
estava internado no Hospital
São Julião e, na madrugada
de domingo, foi transferido,
em estado grave, para o
Hospital Universitário (HU),
onde acabou indo a óbito. Às
9h do mesmo dia, Arminda
Miranda Tavares Marques,
83 anos, que recebia tratamento
contra a dengue, na
Clínica Campo Grande, teve
duas paradas cardíacas e
também morreu.
De acordo com o médico
infectologista Maurício
Pompilho, que atua na Clínica
Campo Grande e no São
Julião, a causa da morte de
Arminda foi registrada como
múltipla falência dos órgãos
em decorrência de dengue
hemorrágica. Segundo ele, a
morte do idoso de 75 anos
talvez nem entre na estatística
da Secretaria Municipal
de Saúde (Sesau), porque
a doença evoluiu de forma
tão rápida que em quatro
dias resultou no óbito. “Com
quatro dias de evolução não
há como confirmar através
da sorologia. Neste caso, somente
através da necrópsia
do corpo, mas para se fazer
esse procedimento a família
deve autorizar, e nem sempre
autoriza. No entanto, sabemos
que o idoso morreu em
decorrência de dengue hemorrágica
porque possuía
todos os sintomas”, disse
Maurício.
O médico fez questão de
ressaltar que pacientes hipertensos,
diabéticos, cardiopatas
e que fazem tratamento
contra câncer devem
ficar atentos e tomar muito
cuidado para não contrair a
dengue. “Nesses pacientes,
a possibilidade de a forma
clássica da doença evoluir
para a hemorrágica é muito
maior. Os idosos que morreram
no final de semana,
por exemplo, já tinham outras
doenças. A mulher era
hipertensa e o homem estava
fazendo tratamento contra o
câncer”, revelou.
O i n fectologista d isse
que nas situações em que o
paciente precisa fazer uso
contínuo de outros medicamentos
é complicado. “Temos
que tratar a dengue com um
único remédio e os demais
que o paciente toma, às vezes,
têm que ser suspensos
para não prejudicar o tratamento
contra a dengue”,
enfatizou.