O comando nacional do Democratas considera insustentável a situação política do governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, e aprovará seu pedido de expulsão do partido, se ele não se desfiliar antes da realização da reunião da Comissão Executiva Nacional da legenda, que acontecerá na próxima quarta-feira. Os dirigentes do DEM também já decidiram que dissolverão o diretório regional do partido no Distrito Federal, que era presidido por Paulo Octávio até a semana passada, quando pediu afastamento temporário do cargo, por conta das acusações de envolvimento no chamado esquema do mensalão do DEM, que levou à prisão do governador licenciado José Roberto Arruda. A ideia é refazer todo o diretório e expurgar da direção local qualquer integrante do DEM que esteja relacionado ao escândalo. Na prática, os principais líderes dos Democratas passaram as últimas 48 horas trocando informações sobre o caso e concluíram que o partido sofrerá mais desgaste político com a presença de Paulo Octávio no partido. Como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já anunciou que formalizará na próxima quarta-feira o pedido de expulsão de Paulo Octávio, o comando da legenda acredita que o prejuízo político será cada vez maior se for mantida a sua vinculação ao partido. O DEM avalia que Paulo Octávio não conseguiu produzir o mínimo de sustentação política, sendo rechaçado até na tentativa de abertura de diálogo com o governo federal. Além disso, o partido avalia que houve resistência do governador em exercício para adotar uma espécie de “pacote de moralidade”, que poderia viabilizar politicamente sua manutenção à frente do cargo. Em seu blog, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia defendeu ontem o receituário que José Roberto Arruda deveria ter adotado logo depois da descoberta do escândalo, mas que acabou não sendo cumprido. Maia avaliou que Paulo Octávio deveria seguir a fórmula também para sobreviver no comando do governo. Essas ideias foram repassadas ao governador em exercício, mas, à exceção da troca do secretariado, outras propostas não foram aceitas, o que levou os dirigentes do partido a perceber que o expurgo de Paulo Octávio será inevitável. “Recentemente, quando o vice-governador assumiu com a prisão e licença, essa muito atrasada, do governador, o caminho a ser adotado deveria isolar as ações do governo e dar garantias à sociedade e à opinião pública”, sugeriu Cesar Maia em seu blog.