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Delcídio caminha com rivais e revolta petistas

Delcídio caminha com rivais e revolta petistas

Redação

18/08/2010 - 06h01
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Sílvio Andrade, de Corumbá

O senador Delcídio do Amaral (PT) fez ontem corpo a corpo em Corumbá ao lado de lideranças do PMDB e agravou as diferenças com o PT local. Ele ainda participou de carreata pelas ruas da cidade com candidatos e militância dos partidos rivais. “Eu não rejeito apoio de ninguém, afinal meu slogan é ‘senador de todos”, disse, tentando explicar sua aproximação com os adversários.
O mal estar do senador com os petistas de Corumbá veio à tona na campanha, mas existe desde a eleição passada, quando Delcídio reclamou da falta de apoio dos correligionários de sua terra. Em reuniões com vereadores de Corumbá, o senador, recentemente, deixou claro que não tem compromisso com a administração do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT), porque não é chamado para discutir os projetos políticos na sua base eleitoral.
Já os petistas, liderados pelo prefeito e pelo deputado estadual Paulo Duarte (PT), alegam que o senador ignora o diretório municipal, com quem não se reúne há algum tempo. “Para nós o Delcídio é unanimidade, mas somos sempre preteridos de suas agendas, e agora estamos alijados de sua campanha”, reclamou o presidente municipal do partido, Wilton Panovitch.
Ontem, a maioria das lideranças que recepcionou Delcídio no aeroporto de Corumbá foi do PMDB e de coligados ao partido do governador André Puccinelli (PMDB). Todos o acompanharam na caminhada pelas ruas Frei Mariano e Delamare. No final da tarde, juntou-se a ele o deputado estadual Paulo Duarte (PT) em uma carreata aonde ambos eram conduzidos por camionete dirigida por um vereador do PMDB.
No ato confundiam-se bandeiras e adesivos do PT e do PMDB. Apesar do clima tenso, a Polícia Militar, que acompanhou a movimentação, não registrou nenhum incidente entre os dois grupos.
Logo atrás do carro de Delcídio e Paulo Duarte, o candidato do governador André Puccinelli à Assembléia Legislativa, médico Oséas Ohara (PMDB), sorria e acenava para as pessoas. O PMDB aposta em Ohara para tirar votos de Duarte. À noite, depois de participar de uma reunião com o petista, Delcídio tinha agenda confirmada com Ohara.
O senador declarou se achar no direito de fazer uma campanha independente em âmbito estadual, buscando parcerias para aliança forte em favor do Estado. Disse que a carreta foi solicitada à Justiça Eleitoral pela coordenação de sua campanha e a participação de outros partidos expressa o reconhecimento de seu trabalho.
“Meu mandato é abrangente, é natural que todas as forças políticas se integram, se somam a campanha, o que se acentua em minha cidade”, justificou. “Não ouço partidos quando trabalho pelos municípios, trabalhei com prefeitos sem ver cara e coração, como diz aquela música”. O PT de Corumbá reclama, no entanto, que o senador não vincula seu voto aos candidatos do partido.

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

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STF-DECISÃO

STF permite uso de vestimentas religiosas em foto de documentos oficiais

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país

17/04/2024 19h00

Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta Lula Marques / Agência Brasil

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O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta quarta-feira (17) o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a identificação individual.

Os demais ministros seguiram o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, que também é o presidente da corte. Para ele, proibir o uso dessas vestes "é uma medida exagerada e, consequentemente, desnecessária".

Barroso disse que o veto a essa possibilidade "compromete a liberdade religiosa, sem que esse comprometimento impacte de maneira muito relevante a segurança pública".

A segurança foi o argumento para que o uso dessas roupas tenha sido impedido por autoridades brasileiras.

"Embora possa haver exceções, religiosos não fazem parte de um grupo especialmente perigoso da sociedade", disse Barroso.


O processo é de repercussão geral, e sua decisão incidirá em processos similares sobre o tema em todo o país.

Após o voto do presidente do Supremo, os ministros discutiram sobre a necessidade de ampliar ou não a tese para definir até que ponto pode haver a cobertura do rosto, ou se a norma pode se aplicar para outras situações não religiosas.

Acabaram fixando a tese de que "é constitucional o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a adequada identificação individual, com rosto visível".


Votaram com o presidente os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

A ação que serve como referência trata de uma freira de Cascavel (PR) que queria renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) usando hábito (veste religiosa) na foto do documento.

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país.


Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta.

A representante da União Nacional das Entidades Islâmicas, Quesia Barreto dos Santos, disse que o uso de hábito, do véu islâmico ou de outras vestes similares são prática religiosa, e que sua retirada em público equivaleria a exigir que uma mulher não muçulmana retirasse sua camisa para foto de identificação.

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos disse que, entre os direitos de liberdade religiosa e de segurança pública, a corte devia procurar uma solução que preservasse os dois núcleos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o uso de véu não impede a identificação e se manifestou contra a exigência de retirada da vestimenta.

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