Os cortes das carnes bovinas
mais consumidas variam
em até 70% no comércio de
bairros populosos de Campo
Grande. A maior diferença é
no quilo do contrafilé, vendido
a R$ 9,98 nas Moreninhas,
e a R$ 16,99 no Jardim
dos Estados. Este tipo de
carne também apresentou
maior inflação em janeiro.
Segundo o Índice de Preços
ao Consumidor (IPC/CG), o
contrafilé ficou 11,4% mais
caro, em comparação com o
mês anterior.
A reportagem do Correio
do Estado percorreu, na
segunda-feira, oito regiões
da Capital — Moreninhas,
Jardim dos Estados, Jóquei
Clube, Aerorancho, São Francisco,
Chácara Cachoeira,
Santo Amaro e Coophasul
—, e confirmou o que o consumidor
já sabe: quanto mais
desenvolvida é a região, mais
alto o custo de vida e o valor
desembolsado para encher
o carrinho na hora das compras.
A diferença de preços é
explicada pelos gastos que os
comerciantes têm para manter
o negócio, como aluguel
e impostos, mais caros em
áreas nobres.
Dos oito tipos de carne
pesquisados — acém, alcatra,
contrafilé, coxão mole, músculo,
patinho, frango congelado
e pernil suíno —, os seis
mais caros foram encontrados
no Jardim dos Estados. O
supermercado da maior rede
local vende o coxão mole a
R$ 15,60, enquanto o açougue
nas Moreninhas, na saída
da cidade, cobra R$ 9,98 pelo
quilo do produto, 56% mais
caro no bairro nobre.
A diferença é a mesma observada
no preço do patinho,
que custa R$ 12.99 nas gôndolas
do Jardim dos Estados, e
R$ 8,28 no balcão do açougue
nas Moreninhas. Para os dois
cortes, a inflação medida pelo
IPC/CG no período foi de
5,4% e 5,47%, respectivamente.
As Moreninhas têm ainda
o corte de alcatra mais barato
das regiões pesquisadas,
vendido também a R$ 9,98.
Ao contrário dos outros tipos
de carne, o músculo, a
R$ 4,99, tem o mesmo custo
no Jardim dos Estados e no
Aerorancho.
Ave e suíno
Os va lores das carnes
de frango e suíno são mais
equ i l ibrados nas regiões
analisadas. O quilo de frango
congelado Copacol custa,
em média, R$ 4,90. O produto
mais caro está no Santo Amaro,
onde a ave é vendida por
R$ 6,45. Já o pernil suíno é comercializado,
em média, a R$
5,67 nos bairros periféricos,
valor próximo ao encontrado
nos bairros centrais. No entanto,
no Jardim dos Estados,
onde ele só está disponível na
versão temperada, o consumidor
paga R$ 11,99 pelo quilo.
O frango foi um dos poucos
itens que teve deflação em janeiro
(-1,21%), ao contrário do
pernil suíno, que ficou 6,71%
mais salgado.
A pesquisa serve como
ferramenta de comparação de
preços para o consumidor, e
não tem caráter científico.