Pelo menos sete pessoas ficaram feridas na noite de ontem quando um grupo abriu fogo contra um local onde manifestantes antigoverno estavam acampados havia várias semanas, em Bancoc. Segundo o grupo estatal de comunicação MCOT, os manifestantes se preparam para interromper totalmente todo o trânsito de Bancoc a partir de segunda-feira, com o objetivo de forçar a renúncia do governo e evitar as eleições de 2 de fevereiro próximo.
Com a nova série de protestos, que já dura mais de dois meses, a Anistia Internacional pediu "moderação" e respeito aos direitos humanos para governo e manifestantes. "A situação na Tailândia é tensa, volátil e imprevisível. Há um risco real de que haja mortos e feridos a menos que os direitos humanos sejam completamente respeitados", afirmou num comunicado a subdiretora da AI na Ásia Pacífico, Isabelle Arradon. "As forças de segurança devem garantir o exercício do direito de manifestação pacífica. Mas também têm o dever de zelar pela segurança pública."
O Ministério das Relações Exteriores informou que, ao todo, 45 países emitiram alertas de viagem para a Tailândia, entre eles os EUA, cuja embaixada recomendou aos americanos residentes no país asiático que acumulem em casa dinheiro e mantimentos suficientes para duas semanas. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também pediu "contenção" a todas as partes e alertou sobre o risco de uma escalada das tensões nos próximos dias. Nas últimas semanas, ao menos oito pessoas morreram nos protestos contra o governo da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, que foi forçada a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas em dezembro.
Os manifestantes rejeitam o pleito e exigem que, antes, seja formado um conselho para reformar o sistema político do país, que consideram corrupto e a serviço do ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck. Thaksin, deposto em um golpe militar em 2006, ganhou todas as eleições desde 2001.