O técnico Mano Menezes estava bastante emburrado no início da noite deste domingo. Talvez menos por causa da derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta no Moisés Lucarelli do que pela violenta manifestação de torcedores no CT Joaquim Grava, no dia anterior. Para não se estender ainda mais sobre a confusão, informou que o Corinthians divulgará imagens do ocorrido.
"Eu disse antes do jogo que era óbvio que não fizemos a melhor preparação. O último treinamento não aconteceu e houve todo o episódio de que vocês têm uma pequena noção. As coisas ficarão mais claras com as imagens que a diretoria passará. São as imagens que precisam falar", disse.
As imagens deverão "falar" que houve ameaças a jogadores e a outros funcionários do clube, além de furtos. Os invasores também esganaram o centroavante peruano Paolo Guerrero, conforme contou o presidente Mário Gobbi.
"Não posso detalhar tudo porque não vi. Muita gente fala nessa hora, e eu gostaria de me ater ao que vi. Foi pouco, pois não estava na parte aberta do CT, onde aconteceu a invasão", esquivou-se.
Apesar de não estar disposto a detalhar os incidentes de sábado, o treinador não deixou de recriminar a manifestação dos torcedores. "O torcedor incentiva e pode até protestar, pois paga para assistir aos jogos. Como cidadão, você também pode protestar. Mas existe um limite. Se todo o mundo se julgar no direito de ir além, ficará muito ruim para o futebol de que gostamos", afirmou.
Para impor limites, o Corinthians registrou Boletim de Ocorrência no 62º Distrito Policial de São Paulo e colocou-se à disposição para identificar os envolvidos (que não foram presos em flagrante) no ato de violência. O clube cogitou até não enfrentar a Ponte neste fim de semana, porém desistiu da ideia para honrar os compromissos comerciais. Ainda não há uma postura definida para a próxima rodada, na quarta, quando o time volta ao Pacaembu para jogar com o Bragantino.
"Prefiro que a direção do Corinthians se posicione. Depois, a imprensa também poderá emitir opiniões baseadas nas imagens que temos. Que as pessoas encarregadas tomem uma atitude. Eu não posso fazer mais nada além de mostrar a minha indignação", concluiu Mano Menezes.