O consumidor foge por todos os lados do aumento de preço dos combustíveis: muda para carro flex, coloca aditivo, e até deixa o carro descer a rampa “na banguela”. Mas no último mês não teve jeito. O etanol está quase alcançando o preço da gasolina – que também está alto – e a saída vem sendo a conversão para Gás Natural Veicular, GNV.
De fevereiro de 2006 para fevereiro deste ano, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS), a frota de veículos com GNV aumentou 16% em Mato Grosso do Sul e alguns carros já vêm com o equipamento instalado de fábrica. Atualmente, apenas quatro oficinas fazem o serviço de conversão em Campo Grande, mas colocar GNV no veículo envolve outros trâmites.
Primeiro é preciso uma Autorização para alteração de características em veículos, que deve ser feita no no Detran e custa R$ 36,25. Então o motorista faz a conversão, que custa em torno de R$ 2 mil. Em até 30 dias o motorista deve voltar ao Detran e pagar a taxa de emissão de CRV/CRLV com valor de R$ 112,03. Depois, o veículo deve passar por inspeção no Inmetro e no Detran, que custa entre R$ 350 e 400. Somente então o veículo está legalizado para circular.
Anualmente o gasto passa a ser de R$ 80 com a inspeção do Inmetro. Os preços da conversão não conquistam o consumidor de imediato, mas a economia de combustível é gritante. Um carro com GNV anda quase o dobro do que andaria com o mesmo valor em reais de etanol, por exemplo.
Para comparar os valores, em um posto de gasolina na Avenida Fernando Correa o litro da gasolina custa R$ 2,89, do etanol R$ 2,44 e o metro cúbico do GNV está R$ 1,74. “As conversões aumentaram 20% com relação a janeiro. Quando começaram as conversões, no final de 2005, o preço era mais alto, só existiam kits novos. Hoje o pessoal prefere os de segunda mão”, aponta Celésio Arcanjo Mordignon, dono de um estabelecimento que faz conversões na Capital.