Os proprietários de óticas querem pôr fim a comercialização de óculos de sol e de grau fora de estabelecimentos regularizados como Camelódromo, Feira Central e lojas de bijouteria ou produtos em geral que tomam conta do centro de Campo Grande.
Desde janeiro deste ano cerca de 350 comerciantes do setor estão se reunindo com a Vigilância Sanitária pedindo a fiscalização do local. Na oportunidade foi dado um prazo de quatro meses para os vendedores do produto se adequarem e cumprirem as regras de funcionamento. No entanto o tempo limite já extrapolou e nada foi feito.
Para o representante Jurídico do Conselho Brasileiro de Ópticas e Optometria, Fábio Cunha, agora a exigência é que a lei se estabeleça e acabe com a concorrência desleal. “Pedimos que façam a interdição ou a regularização destes locais em no máximo 72 horas”.
O objetivo é promover uma reunião o mais rápido possível com a Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), representantes do Camelódromo, Feira Central, Defensoria Pública e Ministério Público Estadual (MPMS).
O grupo foi ontem na Câmara Municipal pedir apoio dos vereadores. O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal, vereador Papy (SD), ressaltou que a discussão será maior. “Isso é um caso de saúde pública. Vamos ampliar a discussão deste caso e cobrar da Vigilância Sanitária a fiscalização contra a pirataria. Lá no Camelódromo existe mais coisa”.
A reportagem do Correio do Estado esteve hoje pela manhã no Camelódromo e encontrou várias bancas comercializando livremente óculos. Os valores são o maior atrativo para quem procura o produto. Uma armação para óculos de grau sai pelo menos a R$ 80 e um óculos de sol a R$ 35. Os valores ainda podem ser negociados.
Segundo a aposentada Eliane Almeida, 55 anos, ela procura o produto pois acredita economizar cerca de R$ 200. “As óticas ganham e ‘reganham’ em cima da gente. A vida toda eu comprei óculos assim para mim, para minha mãe e o resto da família. Compro a armação aqui e faço a lente na ótica. Sai baratinho. E se proibirem de vender aqui vou no Paraguai comprar”, garante.
Já a estudante Pâmela Pacheco, 19 anos, disse que adquire os óculos de sol no local porque não tem condições de comprar em uma ótica profissional. “Não faço nem ideia de quanto custa um óculos original. Acho que devo ter que vender um rim para ter um produto de qualidade. Compro e sempre comprarei aqui porque é onde eu posso pagar”.