Um exemplo claro desta variação é que em uma residência de 41 metros quadrados, que está sendo vendida em um conjunto habitacional no Bairro Parati, por exemplo, o custo do m² é R$ 1.926. Enquanto em outro imóvel, com 75 m², construído no mesmo bairro, está avaliado em R$ 1.600 o m². Em outro caso, ainda mais contundente, é que na mesma região, uma casa individual, construída em terreno de 10,5x15 metros e com 72 m², está à venda por R$ 100 mil. O proprietário está disposto a negociar, ou seja, nos cálculos atuais, o metro quadrado sairia por R$ 1.389, porém esse valor pode ficar ainda menor. De acordo com o superintendente da Caixa Econômica Federal, Paulo Antunes de Siqueira, isso tem acontecido com os empreendimentos atuais, porque o mercado está aquecido. “Não significa que as pessoas não têm de buscar todas as informações e tomarem cuidado com o que assinam. Hoje, temos mais de 40 residenciais sendo construídos em Campo Grande. Existe também a possibilidade de financiar o material de construção para que o próprio cidadão possa edificar sua casa. Com mais essa opção, ele vai pensar duas vezes antes de pagar uma diferença entre a avaliação feita pela Caixa e o valor solicitado pelo vendedor”, destaca Siqueira. Ele lembra que qualquer pessoa que quiser fazer um financiamento deve, antes de assinar qualquer contrato, buscar informações. “Somos parceiros das construtoras e elas aprovaram os empreendimentos conosco e, se existe uma diferença entre a avaliação da Caixa e o de venda, porém o cliente se interessa pelo imóvel e acha justo pagar essa diferença, não podemos impedi-lo”, avalia. O superintendente frisa que o fato de a Caixa aprovar o empreendimento, possibilita a construtora de comercializar no mercado, com aval da instituição. “O nosso papel é só o de financiar; não somos donos do imóvel”. Segundo o superintendente, no Programa Minha Casa, Minha Vida, existe apenas uma exceção em que a Caixa, em parceria com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, vende o imóvel. “Essa parceria atinge os imóveis avaliados em até R$ 39 mil, destinados às famílias com renda de até três salários mínimos. Nesse caso, são as duas instituições que preenchem a demanda. Além disso, existe o subsídio de até R$ 17 mil, para abater desse total. O valor da prestação é fixado em 10% da renda familiar”. De acordo com Paulo Antunes, essas diferenças entre avaliação e venda não ocorrem somente em conjuntos residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida, mas também em imóveis individuais. “Na hora que a Caixa vai fazer a avaliação, esse diferença pode ocorrer, porque o mercado pode querer pagar mais e essa dinâmica foge ao nosso controle técnico. Por exemplo, se uma determinada residência está à venda por R$ 320 mil, mas na avaliação da Caixa é R$ 300 mil, o futuro mutuário tem duas opções: ou paga a diferença com recursos próprios ou desiste do negócio”.