Com 15 dias de tempo firme, a colheita da soja atinge percentual médio de 45% da área de pouco mais de um milhão de hectares, plantada nesta safra na região centrosul do Estado, que engloba os principais produtores do grão, como Maracaju, Ponta Porã, Rio Brilhante e Dourados. A movimentação de colhedoras nas propriedades agrícolas é intensa, inclusive à noite, porque os agricultores têm pressa em tirar a soja do campo – para conseguir ainda melhor preço de venda, e fazer o plantio do milho safrinha. No mercado disponível a saca está cotada a R$ 28,50. A produtividade média, segundo agrônomos e produtores consultados pelo Correio do Estado, está acima dos níveis de anos anteriores na totalidade das áreas já colhidas, ficando em 55 sacas, equivalentes a 3.300 quilos por hectare. A produção está bem acima da média histórica regional de safras de clima normal. O IBGE, em sua última reunião de fevereiro, fez projeção conservadora de rendimento, porque a safra ainda estava na metade do ciclo, de 50 sacas, ou 3.000 quilos. De acordo com os engenheiros agrônomos Sérgio Miranda e Ângelo Ximenes, dependendo da fazenda, o nível da colheita varia de 42% a 50%, conforme o ciclo da semente usada. Mas eles preveem que até o final de março a totalidade da soja estará colhida na região. “Devem sobrar pequenas áreas plantadas mais tarde – de ciclo tardio de 100 a 110 dias, cuja lavoura foi feita em 10 de dezembro e que devem ser colhidas até 10 de abril”, explicou Ximenes, que atua na assistência técnica em Dourados. Miranda lembrou que a ferrugem asiática está controlada na região, porque os produtores de soja fizeram a aplicação preventiva do fungicida evitando o avanço da doença. Além disso, o tempo seco das últimas duas semanas ajudou no controle. O Consórcio Anti-Ferrugem não registrou mais ocorrências da doença que, no caso de Dourados, estacionou em 45 casos e no Estado, 333. Em Dourados, ocorreram chuvas em 10 dias dos 28 de fevereiro, segundo levantamento da Embrapa Agropecuária Oeste, somando 165 milímetros – 17% superior à média histórica, de 141 mm. “Nesta fase final da safra, o agricultor tem que monitorar as doenças de final de ciclo e o percevejo. Mas essa é uma praga também controlável com o defensivo”, observou o agrônomo. O mais comum na região de Dourados é o percevejo marrom – que assim como as duas espécies de percevejo verde, suga os grãos da soja causando prejuízo total na vagem se não for eliminado com inseticida específico.