Colheita atinge 45% da área de soja no centro-sul do Estado
4 MAR 10 - 04h:59
Com 15 dias de tempo firme,
a colheita da soja atinge
percentual médio de 45% da
área de pouco mais de um
milhão de hectares, plantada
nesta safra na região centrosul
do Estado, que engloba
os principais produtores do
grão, como Maracaju, Ponta
Porã, Rio Brilhante e Dourados.
A movimentação de colhedoras
nas propriedades
agrícolas é intensa, inclusive
à noite, porque os agricultores
têm pressa em tirar a
soja do campo – para conseguir
ainda melhor preço de
venda, e fazer o plantio do
milho safrinha. No mercado
disponível a saca está cotada
a R$ 28,50.
A produtividade média,
segundo agrônomos e produtores
consultados pelo
Correio do Estado, está acima
dos níveis de anos anteriores
na totalidade das áreas já colhidas,
ficando em 55 sacas,
equivalentes a 3.300 quilos
por hectare.
A produção está bem acima
da média histórica regional
de safras de clima normal.
O IBGE, em sua última
reunião de fevereiro, fez projeção
conservadora de rendimento,
porque a safra ainda
estava na metade do ciclo, de
50 sacas, ou 3.000 quilos.
De acordo com os engenheiros agrônomos Sérgio
Miranda e Ângelo Ximenes,
dependendo da fazenda, o
nível da colheita varia de
42% a 50%, conforme o ciclo
da semente usada. Mas
eles preveem que até o final
de março a totalidade da soja
estará colhida na região.
“Devem sobrar pequenas áreas
plantadas mais tarde – de
ciclo tardio de 100 a 110 dias,
cuja lavoura foi feita em 10
de dezembro e que devem ser
colhidas até 10 de abril”, explicou
Ximenes, que atua na
assistência técnica em Dourados.
Miranda lembrou que a
ferrugem asiática está controlada
na região, porque os
produtores de soja fizeram a
aplicação preventiva do fungicida
evitando o avanço da
doença. Além disso, o tempo
seco das últimas duas semanas
ajudou no controle. O
Consórcio Anti-Ferrugem não
registrou mais ocorrências da
doença que, no caso de Dourados,
estacionou em 45 casos
e no Estado, 333.
Em Dourados, ocorreram
chuvas em 10 dias dos 28 de
fevereiro, segundo levantamento
da Embrapa Agropecuária
Oeste, somando 165
milímetros – 17% superior à
média histórica, de 141 mm.
“Nesta fase final da safra,
o agricultor tem que monitorar
as doenças de final de
ciclo e o percevejo. Mas essa
é uma praga também controlável
com o defensivo”, observou
o agrônomo. O mais comum
na região de Dourados
é o percevejo marrom – que
assim como as duas espécies
de percevejo verde, suga os
grãos da soja causando prejuízo
total na vagem se não
for eliminado com inseticida
específico.