Servidores dos Correios de São José do Rio Preto (SP) encontraram, na última terçafeira, uma cobra despachada via sedex de Campo Grande, no dia 25, para um jovem morador no município paulista de Jaci. De acordo com a assessoria de comunicação dos Correios, 100% das encomendas postadas em linhas de fronteira são submetidas a análise no equipamento de Raio X, por isso houve a descoberta. Conhecida como cobra do milharal, o réptil –que será entregue as Universidade Estadual de São Paulo para pesquisa – é uma fêmea de 27 centímetros e, apesar de ser transportada sem ventilação nem alimentos, não apresentava sinais de stress ou inanição. As serpentes, conforme a bióloga e médica veterinária Paula Helena Santa Rita, podem ficar até três meses sem comer e seu sistema respiratório não é exigente em renovação de oxigênio. Receptador O rapaz que fez a encomenda tomou conhecimento da oferta pelo site de relacionamento Orkut. Ele foi levado à Polícia Federal, onde foi ouvido em inquérito que apura tráfico internacional de animais, com pena prevista entre 3 meses e 1 ano de reclusão, além de multa que, de acordo com a analista ambiental do Ibama Paula Mochel, pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil. O acusado responderá ao processo em liberdade. No Brasil, é proibida a comercialização de qualquer animal silvestre. Em caso de animais exóticos, o interessado deve procurar um estabelecimento que seja autorizado pelo Ibama e exigir o documento de origem além da nota fiscal. Caso contrário, comerciante e comprador ficam sujeitos a responder por crime ambiental. A cobra A espécie é natural dos Estados Unidos da América (EUA) e popularmente conhecida como cobra do milharal. Não tem veneno e pode atingir 1,80 metro, mas o comum é que não passem de 1,5 metro. Nos EUA, as cobras do milharal foram as primeiras a serem comercializadas como “pets” – animais de estimação.