Os preços das frutas, verduras, legumes e folhosas ficaram até 100% mais caros no Estado nos nove primeiros dias de fevereiro, em relação ao mesmo período de janeiro. Os dados foram levantados ontem junto à Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa-MS). O produto que apresentou o maior percentual de variação (100%) foi o chuchu. A caixa comercializada na central passou de R$ 30 para R$ 60. Porém, destaca-se como grande vilã entre esse tipo de produto a alface, que, embora tenha apresentando um acréscimo de 20% neste mês, registrou alta acumulada de 125% nos últimos quatro meses. Desde outubro do ano passado, os preços da folhosa entraram em crescente elevação, chamando a atenção entre os demais produtos. Dos R$ 8 cobrados pela caixa com 18 pés, passou para os atuais R$ 18. A disparada nas cotações é provocada pelas chuvas, que, além de destruir a produção local de hortaliças, também castigam propriedades de São Paulo que respondem pela maior parte do fornecimentos de legumes e frutas para Mato Grosso do Sul. Segundo Cristiano Chaves, chefe da divisão de mercado e estatística da Ceasa, os valores destes produtos tornam- se ainda mais amargos quando chegam às gôndolas dos mercados e sacolões. “Esses são os preços praticados aqui na Ceasa, o que daria R$ 1 por pé de alface. Mas hoje encontramos supermercados vendendo a R$ 3 cada, pois geralmente aumentam em, no mínimo, 100%, 200% o preço de custo para repassar ao consumidor final”, explica. E a expectativa é de que o valor da alface fique ainda mais alto nos próximos dias, já que, com as frequentes chuvas, Mato Grosso do Sul não está conseguindo produzir o suficiente para seu consumo e o principal fornecedor do Estado, São Paulo, também se encontra na mesma situação. O excesso de água, que tem feito a produção ficar escassa, não é o único fator que encarece a folhosa. A situação desencadeia outra: a importação do produto de localidades mais distantes, o que faz o preço do frete ficar mais caro, aumentando ainda mais o custo até o destino final – o que logicamente chegará ao consumidor. Outros produtos Tiveram altas significativas ainda nos primeiros dias de fevereiro, de acordo com a Ceasa, a berinjela (75% - passando de R$ 20 para R$ 35 a caixa); a laranja (60% - subindo de R$ 15 para R$ 25 o saco); o repol ho roxo (50% – aumentando de R$ 35 para R$ 45 a caixa); e o tomate (48% - que passou de R$ 25 para R$ 37 a caixa). Há ainda aqueles produtos que registraram altas menos expressivas, abaixo dos 40%, como o pimentão verde (33%), maracujá (30%); pepino e melancia (14%); e cenoura (11%). Os acréscimos nos custos desses produtos são justificados, segundo Chaves, basicamente pela importação. “Mais de 82% do que é comercializado em Mato Grosso do Sul vem de outros estados. Apenas São Paulo representa cerca de 46% das importações sul-mato-grossenses”, conta. Além do estado, que envia folhosas, verduras e legumes, há ainda o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás – responsáveis por grande parte das frutas que chegam ao Estado.