O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, recusou-se a encontrar o seu colega ucraniano Andrei Deschitsa hoje em Paris.
Apesar da pressão britânica e americana, "Sergei Lavrov se recusou a ver" Andrei Deschitsa, disse à AFP a embaixada da Ucrânia em Paris. O chanceler ucraniano decidiu, então, deixar a França e retornar à Ucrânia, mas houve uma "mudança de planos", segundo a mesma fonte.
Enquanto isso, os Estados Unidos informaram que o ministro ucraniano não tinha deixado a França. Deschitsa chegou ontem a Paris, por iniciativa do secretário de Estado americano John Kerry.
Este viajou para Kiev na terça-feira para apoiar o novo governo ucraniano, que Moscou não reconhece.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia "não partiu e pretende ficar em Paris para futuras discussões", disse uma autoridade americana, que pediu anonimato.
Hoje à tarde, Kerry e Lavrov se reuniram em Paris, segundo fontes diplomáticas.
Os ocidentais aumentaram a pressão sobre a Rússia para obter uma "desescalada" da crise ucraniana antes de uma reunião extraordinária, amanhã, em Bruxelas, da União Europeia, que prometeu adotar sanções caso Moscou não mostre flexibilidade com relação à crise na Ucrânia.
Diálogo
Deschitsa reiterou a disposição de seu governo em dialogar com a Rússia para encontrar uma saída pacífica à crise.
"Estamos dispostos ao diálogo com a Rússia, com seu governo, e estamos prontos a participar completamente em todas as combinações que permitam sair desta crise", assegurou Deschitsa em Paris.
O ministro ucraniano não pôde reunir-se na capital francesa com o ministro das Relações Exteriores russo, Lavrov, por recusa deste último, segundo indicou a embaixada da Ucrânia em Paris, uma informação não confirmada pela Rússia.
O chefe da diplomacia ucraniana considerou que a situação enfrenta "um momento crítico para a segurança da região" e afirmou que seu governo tem a intenção de utilizar "todos os meios pacíficos para sair desta crise".
"Não temos em nenhum caso a intenção de lutar contra a Rússia", ressaltou o chefe da diplomacia ucraniana.
Deschitsa se reuniu em Paris, separadamente, com seus colegas francês, Laurent Fabius; americano, Kerry, e britânico, William Hague, em um momento no qual a capital francesa reunia os responsáveis da diplomacia das principais potências internacionais por ocasião de uma cúpula sobre o Líbano.
Ao longo do dia se multiplicaram os encontros bilaterais sobre a situação na Ucrânia e Kerry realizou uma reunião com Lavrov.