OSCAR ROCHA
O Masis Brasil prossegue amanhã, às 10h30min, na Praça Bolívia, no Bairro Santa Fé, a divulgação do primeiro CD, que contou com show na sexta-feira no Sesc Horto. Formado há 7 anos, o grupo caracterizou-se pela divulgação dos ritmos encontrados em alguns países da América do Sul e Central. O projeto vingou com o encontro da cantora Miska e do músico boliviano Edgar Mancilla – atualmente conta com a participação do músico Evaldenir Amaral, que é responsável pela direção musical.
O álbum, que recebeu o título de "Tá Masis", foi produzido de forma independente por meio de aquisição antecipada e rifa de material artístico produzido por Miska, que também é artista plástica. O registro conta com gravações feitas em diferentes épocas. A primeira, em 2005, em estúdio. Na sequência, aparecem gravações ao vivo. Recentemente, o grupo entrou novamente em estúdio para completar o repertório, que conta com canções do Brasil, Bolívia, Argentina, Peru, Porto Rico, totalizando 10 músicas.
Além do núcleo central do grupo, participaram das gravações 17 músicos. Edgar explica que a intenção da formação é aproximar sonoridades distintas. "Num primeiro momento, ritmos como andinos e nordestinos não apresentam aspectos parecidos, mas podem, a partir de certo momento, ter uma aproximação maior", aponta.
Miska destaca a intenção da utilização de instrumentos característicos de certos lugares da América Latina, como zampoña e charanga, em temas brasileiros. Assim como Edgar, ela enfatiza a semelhança de ritmos entre os países dos continente. "Há proximidade muito grande entre eles, por isso nossa intenção é realizar uma integração, produzindo fusão de estilos". Miska conta que durante seis anos produziu e apresentou pela FM Educativa o Programa "Vozes da América", período que entrou em contato com vários ritmos e artistas dos países vizinhos. Edgar conta também com conhecimento amplo da musicalidade do continente.
O encontro deles eles aconteceu na Peña Eme Ene, espaço que existiu em Campo Grande nas décadas de 80 e 90, organizado por Margarida Neder. Para lembrar do período, o grupo regravou a canção "Peña", de Paulo Simões e Guilherme Rondon. Masis significa na língua quechua companheiro. Os músicos se revezam por instrumentos como: quena, zampoña, bombo, charango, chalchas e violão. Na apresentação também podem ser incluídas canções interpretadas por Mercedes Sosa.