O volume de casos de violência doméstica contra mulheres cresceu 11,3% em 2010, se comparado com 2009. O levantamento tem como base o número de boletins de ocorrência registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher na Capital. Os dados mostram que em 2009 foram 5.605 registros e no passado subiram para 6.239 casos.
Longe de ser um dado negativo, na opinião da coordenadora especial de Políticas Públicas para a Mulher, Elza Maria Verlangieri Toschi (Tai Loschi), o aumento é uma mostra de que a Lei Maria da Penha realmente está funcionando. Na opinião da coordenadora este número cresceu porque as mulheres estão denunciando mais. “A lei nada mais é que uma conduta baseada no gênero, que causa morte, dano, sofrimento físico, sexual. A lei vem coibir isso, prender o agressor”.
A afirmação foi feita durante entrevista ontem no programa Bom Dia Mega Notícias, da FM Mega 94. Tai Loschi afirma que se comparados os anos de 2009 para 2010 foram mais 634 registros. “Isso acontece porque as mulheres confiam mais na rede social de enfrentamento à violência. A rede somos todos nós. O poder público, a sociedade, poder Judiciário, as delegacias, as casas de abrigo e centros de referência”, enfatizou.
Na oportunidade ela disse que as mulheres sul-mato-grossenses tem muito o que comemorar em relação ao Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje. Ela destaca que a programação alusiva à data uteve início dia 1º março no Assentamento Paulo Freire (Dois Irmãos Buriti) com a realização de palestra sobre a Lei Maria da Penha e será encerrada no dia 25 de março no ginásio de esporte de Sidrolândia com a realização do II Concurso da Mais Bela Mulher Sidrolandense da faixa etária de 45 a 60 anos.
Política
Tai lembra no entanto que a área que as mulheres mais precisam avançar é na política. “Precisamos avançar mais ainda no poder legislativo, executivo e municipal. Aí que a crescente está timida. Precisamos de mais vereadoras, mais deputadas, mais senadoras”, conclamou.
Ela lembra que em Campo Grande, a coordenadoria tem feito várias capacitações para que mulheres que puderem se candidatem a cargos eletivos. “As mulheres têm acreditado mais nas mulheres. É o caso da denúncia, acreditando na rede de enfrentamento da violência contra a mulher. Então a gente entende que mulher está votando em mulher sim, desde que tenha plataforma e esteja preparada. Nos estamos engrossando esta fileira de mais candidatas com bagagem, com competência e mais vontade de chegar na ponta” destaca.
Como destaques na política ela cita a vice-governadora Simone Tebet, a senadora Marisa Serrano e outras que estão neste trabalho. “Elas estão se dedicando, sendo líder e enfrentando situações difíceis nesta carreira política”, finaliza.
Confira o aúdio da entrevista: