bruno grubertt
A Polícia Civil desmantelou, ontem, uma organização criminosa que trabalhava com tráfico de drogas e prendeu um casal de detentos que controlava as atividades de dentro dos presídios de Campo Grande. Os líderes da organização, Marcos Elias da Costa, conhecido como “Pirata”, e Daisy Miolli da Silva, a “Panda”, foram pegos em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, de acordo com a polícia.
As investigações mostraram que, de dentro das celas, os dois contratavam pequenos traficantes para transportar o entorpecente até outros estados. Além deles, outras cinco pessoas foram presas, 17 contas bancárias bloqueadas, 15 mandados de busca e apreensão cumpridos em Corumbá, Três Lagoas, Dourados e Ponta Porã. Os policiais ainda apreenderam um automóvel, três motocicletas e 40 quilos de cocaína que seriam distribuídos para São Paulo, Paraíba e em outros estados. A Operação Tic Tac mobilizou mais de 70 policiais de 11 delegacias.
Marcos Elias cumpre pena por latrocínio na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande e Daisy estava detida por tráfico de drogas no presídio feminino. Com a prisão do casal, suas penas podem ser aumentadas pela Justiça. Marcos Elias, provavelmente, será transferido para o Sistema Penitenciário Federal.
Além deles, a polícia também prendeu, em Campo Grande, George Willian Pereira Kowalewski, o “Linguiça”, Amadeu Coutinho, e Paulo Roberto Batista. Em São Gabriel do Oeste, Elias Costa Soares e Eva Luciana Lima Peralta também foram detidos. Outras sete pessoas foram indiciadas.
Esquema
De acordo com o delegado Carlos Delano, da Delegacia Especializa em Repressão ao Narcotráfico (Denar), unidade que comandou a investigação, a droga vinha do Paraguai e era distribuída a pequenos traficantes com apoio logístico até de empresas situadas em Dourados e Ponta Porã. As investigações ainda devem apontar como o entorpecente era transportado.
Em um dos locais onde foi cumprido mandado de busca e apreensão, foram encontrados documentos em que estava registrada uma espécie de “estatuto” do crime organizado. “Lá estava a organização e até a hierarquia da organização”, disse o delegado.
Foram bloqueados mais de R$ 200 mil e, agora, a polícia quer descobrir se, junto com o tráfico de drogas, os acusados também praticavam lavagem de dinheiro com o auxílio das empresas, que podem ter servido de laranjas para a movimentação das quantias.
Notas fiscais e cartões bancários foram reunidos e, posteriormente, serão analisados.
Com o inquérito concluído, os envolvidos foram indiciados por associação para o tráfico, crime que pode ser convertido como organização para o crime, que pode levar a uma condenação maior. Mesmo com as investigações finalizadas, outras pessoas ainda podem ser identificadas pela polícia e indiciadas.