As sete casas de jogatina supostamente ligadas à organização criminosa de Carlinhos Cachoeira que foram fechadas pela Polícia Civil em operação na manhã desta sexta-feira rendiam, cada uma, um valor diário estimado em R$ 10 mil. A informação foi revelada pelo delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Henry Peres Ferreira Lopes.
O delegado explica que os indícios de que há relação entre Carlinhos Cachoeira e Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio Júnior e Bruno Gleidson Soares Barbosa, presos na operação desta sexta, são fortes. Após a operação Monte Carlo, eles teriam deixado a região de Valparaíso, em Goiás, e mudado de "residência criminosa" para o Distrito Federal. Inclusive todas as máquinas caça-níqueis, cadeiras e demais objetos utilizados nas casas eram os mesmos. "Foram seis meses de investigação e o que o inquérito mostra é que os vínculos entre eles e Carlinhos Cachoeira persistem, são fortes", pontuou.
Lopes afirmou que cada uma das casas arrecadava um valor diário próximo de R$ 10 mil. "Não dá pra ter uma base mensal, mas a média diária era essa para cada uma das casas", disse. Ele contou ainda que diversos vales - um inclusive no valor de R$ 37 mil - foram apreendidos. "As pessoas gastavam todo o seu dinheiro e, quando ele acabava, faziam vales para sustentar o vício".
Queiroga e Olímpio Júnior já haviam sido presos durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por integrarem a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Contudo, foram soltos depois de receberem habeas-corpus da Justiça. Eles são irmãos de José Olímpio Queiroga, que, segundo a polícia, também integra o bando, mas teve o pedido de prisão negado pela Justiça.
A operação desencadeada na manhã desta sexta contou com a participação de 120 agentes. Além dos três presos, foram apreendidos um cofre, R$ 8,9 mil em espécie, e vários cheques na casa de Raimundo Washington. Foram cumpridos mandados em Sobradinho, na Ceilândia, na Asa Norte, na Asa Sul, no Jardim Botânico, no Gama e no Lago Norte.