Com base nesse levantamento, feito no ano passado, a prefeitura elaborou um manual de arborização, levando em conta como deve ser feita a cobertura ideal para que não haja conflitos entre vegetação e urbanização. "Esse manual vai democratizar a forma correta de plantar e manejar as árvores, além de orientar sobre quais são as espécies mais recomendadas para determinados locais", afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo. O documento será lançado segunda-feira em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado hoje.
De acordo com Cristaldo, o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), elaborado pela secretaria, é um instrumento que define as diretrizes de plantio e manejo das árvores. Isso é necessário para evitar que sejam plantadas espécies não nativas e que haja a poda incorreta das espécies já plantadas.
Qualidade
O estudo, iniciado em setembro do ano passado, contabilizou 153.122 árvores em calçadas e canteiros da Cidade. A maioria delas encontra-se em situação considerada boa e satisfatória, ou seja, não precisa de intervenção.
Os principais conflitos encontrados dizem respeito às redes aéreas (postes de luz, telefone e televisão a cabo), já que essas estruturas se encontram nas calçadas, próximas às árvores, que, muitas vezes, são podadas de forma errada.
Soluções
A partir do estudo, algumas recomendações foram feitas para evitar conflitos entre a área verde e as estruturas de urbanização. Cerca de 35% das árvores já plantadas na Capital precisam de ampliação da área livre no entorno da base do caule; 20% necessitam de poda para limpeza e 16% precisam de poda para levantamento da copa. Além disso, o estudo também recomenda rebaixamento de luminárias em conflito com as árvores e compactação da rede elétrica.
Ainda é necessário observar as espécies adequadas para plantio nas calçadas e as características para o cultivo de cada espécie.
Insuficiente
Para o estudo, a área urbana de Campo Grande foi dividida em 74 setores. Apesar de a cidade ser considerada uma capital com cobertura vegetal acima do recomendado, existem algumas áreas onde a vegetação é insuficiente.
São 34 setores, ou 46% do total, os que necessitam de novos plantios de árvores. Por isso, a prefeitura está criando viveiros de mudas para distribuição. "Pretendemos criar mais uma central de distribuição de mudas e o disque-muda, para que o cidadão possa adotar uma árvore. Também queremos disponibilizar no site da secretaria todas as informações para o plantio", lembrou o secretário Marcos Cristaldo.
Podas
De acordo com o secretário, o plano de arborização também deve facilitar a poda ou remoção de árvores que necessitem desses procedimentos. Isso porque, hoje, somente funcionários da prefeitura e da Enersul podem remover as árvores, depois da autorização da Secretaria de Meio Ambiente.
"Pretendemos credenciar profissionais para podar as árvores. O ideal é incentivar a criação de associações ou cooperativas de jardineiros, o que pode facilitar o credenciamento", afirmou o secretário.
Segundo Cristaldo, o objetivo do plano e dos estudos e das publicações é conscientizar a população sobre a influência da cobertura vegetal de qualidade para melhorar a qualidade de vida.