Lideranças do PMDB de
Mato Grosso do Sul defendem
que o partido deveria lançar
candidatura própria para a
sucessão do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Consideram,
entretanto, que já é
tarde para, em ano eleitoral,
viabilizar uma candidatura à
Presidência da República com
a estrutura que um projeto
eleitoral desse porte exige e
que unifique o partido para
concorrer em condições de
igualdade. É com esse espírito
que integrantes da bancada
federal do PMDB deverão
recepcionar o governador do
Paraná, Roberto Requião, que
virá a Campo Grande na próxima
sexta-feira buscar apoio
para ser candidato do partido
ao Palácio do Planalto.
“Candidatura à Presidência
da República não se improvisa”,
disse o senador Valter
Pereira, ao afirmar, ontem,
que estará no aeroporto para
recepcionar Requião. Frisando
que partido “sem vocação
de poder perde a confiança
da população”, reitera que
sempre defendeu candidatura
própria. Lembra que a
cúpula nacional do PMDB
não elegeu essa diretriz e
diz que, em cima da hora, só
uma grande mobilização de
governadores, senadores e deputados
federais do partido
poderia “viabilizar essa possibilidade”.
Mas considera não
haver mais tempo para isso.
Também defendendo que
candidatura própria “é o melhor
caminho para qualquer
partido”, o deputado federal
Waldemir Moka lembra, porém,
que a decisão sobre a sucessão
presidencial passa pelo
Diretório Nacional e questiona
se há tempo de viabilizar
uma candidatura que unifique
a maioria do partido até
o período de campanha. “Se o
Requião conseguir, terá todo
o nosso apoio. Mas, sinceramente,
não vejo como”.
Outro que não crê haver
mais tempo para levar a
cúpula do PMDB a um consenso
sobre um nome do
partido para suceder a Lula
é o deputado federal Geraldo
Resende. Afirma que Requião
“será bem-vindo”, mas
vê a aliança com o PT cada
vez mais próxima. Para Resende,
é iminente a reeleição
de Michel Temer à presidência
nacional do partido e isso
reforçará a indicação do
deputado paulista à vice na
chapa a ser encabeçada pela
ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff.
Também defensor de candidatura
própria, o deputado
Nelson Trad, porém, demonstra
não crer nessa hipótese
para as atuais eleições. Ao falar
sobre a visita de Roberto
Requião para pedir apoio ao
projeto, demonstra ver o partido
dividido. “Acho que é a
própria manifestação democrática
do PMDB de definição
daquilo que está indefinido”,
respondeu, frisando que,
embora pareça, sua opinião
não é paradoxal. “É a própria
definição do PMDB nesse contexto
da sucessão nacional”,
arrematou