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Câmara ameaça investimento de R$ 200 milhões na Capital

Câmara ameaça investimento de R$ 200 milhões na Capital

Redação

30/04/2010 - 02h56
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Vânya santos

Em meio a debate para tentar aumentar o duodécimo, vereadores travam investimento de R$ 200 milhões, que seria feito por um grupo mexicano, em Campo Grande. A Capital disputa com São José dos Campos, interior de São Paulo, para atrair a construção de 3.100 casas, que devem gerar pelo menos dois mil empregos diretos e manter outros 30 mil. No entanto, a efetivação do investimento depende da aprovação de um projeto complementar, que tornará viável a opção por Campo Grande.
Coincidência ou não, na mesma semana em que a Câmara Municipal pleiteia aumento de 0,5% –  restabelecendo os 5% – no duodécimo (que foi reduzido por força de Proposta de Emenda Constitucional, no ano passado), os vereadores se recusaram a votar em regime de urgência o projeto que atrairia os investidores. O grupo mexicano, com sede em São Paulo, decide em breve a cidade onde fará o investimento milionário. Se Campo Grande for a escolhida, as 3.100 casas serão construídas na região do Bairro Paulo Coelho Machado, na saída para São Paulo, onde o grupo já adquiriu uma área.
A Lei Complementar 267/2010, de 28 de abril, institui o plano de operação urbano consorciado para qualificação urbanística e ambiental das regiões Lagoa, Anhanduizinho e Bandeira. Informações repassadas pela prefeitura dão conta de que a proposta altera basicamente dois pontos na lei municipal.
Atualmente, só é permitida a construção de 25 unidades habitacionais por condomínio, na região onde o grupo quer se instalar, sendo assim, os investidores teriam que construir 124 pequenos condomínios, o que tornaria o empreendimento inviável. A lei complementar do Executivo altera a quantidade, que passaria de 26 a 250 casas por condomínio, permitindo que o grupo construa algo em torno de 18 a 20 complexos habitacionais.
Outra mudança proposta pela lei seria com relação ao tamanho mínimo do terreno, que passaria de 360 metros quadrados para 250.

Exigências
Conforme a administração municipal, não haverá contrapartida da prefeitura, que exigiu que o grupo mexicano faça obras de infraestrutura na região do Bairro Paulo Coelho Machado, como asfalto, rede de esgoto e drenagem, além da construção de uma via de acesso à Avenida Gury Marques para desafogar a Avenida dos Cafezais, que atualmente é a única pista asfaltada, que liga o bairro à BR-163.
Os condomínios habitacionais atenderiam à demanda de casas existente em função do terminal intermodal de cargas e do polo industrial sul, que está sendo implantado próximo às Moreninhas. A previsão é de que mil casas populares sejam construídas nas imediações do polo industrial, mas os imóveis do condomínio atenderiam as famílias com poder aquisitivo um pouco maior.

Complexo
O chefe do gabinete da presidência da Câmara Municipal, André Scaff, explicou que a lei complementar foi encaminhada na tarde de quarta-feira (28), com o pedido de que fosse votada durante a sessão de ontem, no entanto, isso não ocorreu porque os vereadores não tinham conhecimento do contexto da proposta e julgaram o assunto complexo para ser votado um dia depois do seu recebimento. “Projeto dessa monta precisa de mais tempo para ser apreciado. Pelo menos uma semana”, adiantou.
André disse ainda que a lei está tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Redação e que posteriormente será encaminhada para apreciação dos membros da Comissão de Obras. A previsão é que a proposta entre em pauta na próxima semana. Porém, a programação ameaça prejudicar a atração do investimento milionário para Campo Grande.
A esperança do poder público municipal é de que a Câmara vote a lei complementar na manhã de hoje, durante sessão extraordinária, convocada para apreciação do projeto de reajuste dos serviços públicos do município.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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