ADRIANA MOLINA
Caiu pela metade em Mato Grosso do Sul, o número de empresas que fecham as portas antes mesmo de completar um ano. O índice, que já era pequeno em 2005 – de 2,4% dos novos empreendimentos – em 2009 ficou em apenas 1,4%, conforme dados da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems).
Há cinco anos, das 6.782 empresas abertas, 189 fecharam antes de um ano de existência no Estado. No ano passado, além do volume de novos empreendimentos ter sido 30% maior, totalizando 8.786 novos cadastros de pessoa jurídica, a quantidade de extinções antes de completar 12 meses foi cerca de 35% menor que em 2005, de 125, representando apenas 1,4% das empresas abertas naquele ano.
O aumento de novas empresas e o melhor desempenho delas em Mato Grosso do Sul, segundo a diretora de operações do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae-MS), Maristela França, está associado a três fatores: cenário econômico, industrialização acelerada e qualificação que, nos próximos anos, podem fazer disparar o volume de novos empreendimentos em MS.
“Temos um melhor cenário econômico nacional, o que favorece o empreendedorismo em diversas áreas. E esse cenário já resultou na vinda de grandes indústrias, que acabam gerando oportunidade para as pequenas, que se transformam em fornecedoras de matéria-prima das maiores. Além disso, notamos que hoje não se vê mais alguém abrir uma empresa sem pesquisar mercado, fazer cursos de capacitação – o que reduz muito o risco de fechamento por inexperiência no ramo”, explica.
O empresário Fernando Ribeiro de Almeida é um dos exemplos de empreendedor da atualidade, apontados pela diretora. Quando resolveu abrir uma concessão da Saeco, empresa de máquinas de café, em Campo Grande, investiu muito mais que capital na estrutura. “Meu maior investimento foi educação. Fiz pelo menos quatro cursos nas áreas de administração, contabilidade e empreendedorismo e li e ainda leio muito a respeito”, conta.
E graças ao investimento em capacitação, hoje, sua empresa já está com 13 meses, venceu o período mais difícil de um empreendimento, segundo o Sebrae: o primeiro ano de vida. O empresário consegue fechar as contas em dia e já tem previsão de lucros – meta para ser atingida até os três anos – o que mostra a preocupação com organização, um fator essencial em um negócio de sucesso.