Thiago Andrade
Toda criança gosta de brinquedos, principalmente, eletrônicos. Mas quantas vezes elas têm a possibilidade de conversar com os “inventores” de carrinhos de controle remoto, bonecas que falam e caminham ou jogos eletrônicos dos mais variados? Segundo Edson Lima, de 21 anos, acadêmico do segundo ano de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, esse foi o objetivo da I Mostra de Miniveículos Mecatrônicos “Eu curto circuito”, realizada na última quinta-feira na Capital, que recebeu 60 crianças e adolescentes do Projeto Córrego Bandeira, parceria entre a UFMS e o Instituto Ayrton Senna.
Alunos do primeiro ano do curso desenvolveram pequenos veículos que se movimentam em contato com a luz como trabalho final da disciplina Introdução à Engenharia Elétrica. Os jovens inventores foram divididos em 12 grupos pelo professor Jair Fiorentino. Ao final, doze carros mecatrônicos foram apresentados. “É um trabalho normal de final de semestre, mas dessa vez estamos apresentando nosso produto para os possíveis consumidores”, explicou Edson. Segundo ele, a mostra nasceu com o intuito de apresentar o trabalho para as crianças e conscientizá-las da importância da educação.
“Todos que estão aqui já foram crianças. Se vocês acham que é impossível fazer um carrinho como esse, nós também já achamos. Mas, depois de muito estudo e pesquisa, conseguimos, assim como vocês podem fazer um dia”, contou Edson para os meninos e meninas do projeto. Elas esperavam ansiosas para que a brincadeira começasse e queriam ver os carros em ação. Após explicações sobre o porquê da mostra, cada um dos grupos apresentou seus veículos e os colocou para correr. As crianças foram ao delírio quando o primeiro correu pela quadra da UFMS.
“Passamos o semestre desenvolvendo esses brinquedos. Eles se movem quando a luz entra em contato com um pequeno sensor, isso ativa a bateria e faz com que os carros se movimentem”, explicou uma das acadêmicas, antes de apontar a laterna para um carro feito de isopor, pintado de azul, com chamas avermelhadas. Em contato com a luz, uma hélice foi acionada, fazendo com que os carros se movessem com o impulso do vento.
Entre os acadêmicos de Engenharia Elétrica, a iniciativa foi aprovada. “Acho que essa combinação foi ótima. As crianças estão conhecendo um pouco mais sobre o curso e espero que isso tenha efeito positivo no futuro. Quem sabe não saiam alguns bons engenheiros elétricos desse grupo?”, indaga Pedro Henrique Silveira, de 18 anos. Seu grupo se nomeou “Alecrim dourado”, referência à popular cantiga infantil. “Quando soubemos que o trabalho seria exibido para as crianças, escolhemos esse nome”.
Para Munir Radi Ismail, acadêmico de 17 anos, que escolheu Engenharia Elétrica pela facilidade que tem com as ciências exatas, concorda que a mostra é iniciativa para abrir as portas do curso. “Mas, além disso, é um momento de diversão, tanto para nós, quanto para as crianças. É ótimo acabar com aquela ideia de que o inventor é o cara esquisito, que fica trancafiado no porão. Assim, as crianças percebem que invetar coisas não é tão distante da realidade delas”, acredita.