Tecnologia

SALTO

A+ A-

Brasil pode fazer parte do maior laboratório de ciências da atualidade

Brasil pode fazer parte do maior laboratório de ciências da atualidade

Ana Luiza Sério Especial para o G1, de Genebra

14/09/2010 - 19h08
Continue lendo...

O Brasil pode se tornar membro do maior empreendimento científico da história, o acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla em inglês). O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), responsável pelo empreendimento, decidiu no final de julho permitir a entrada de países de outros continentes. Caso a associação se confirme, o país poderá participar de licitações do projeto em diversas áreas, até o limite da sua contribuição financeira para os estudos. Há “interesse explícito” de empresas nacionais de desenvolver projetos de alta tecnologia para o Cern, informa Sérgio Novaes, cientista da Universidade Estadual Paulista (Unesp).


Uma das instalações do Grande Colisor de Hádrons (LHC), megatúnel para análise de partículas subatômicas (Foto: Andrew Strickland / cortesia Cern 7-8-2010)Atualmente o conselho do Cern é composto por 20 países-membros (europeus) e 6 países observadores: Índia, Israel, Japão, Rússia, Turquia e Estados Unidos. Além disso, outros 37 países, entre os quais o Brasil, colaboram com as pesquisas. Com a mudança, o Cern passaria a ter países-membros plenos e associados. Os associados podem se tornar plenos no futuro.


Cientistas do Cern celebram o sucesso da
experiência com o LHC, próximo à cidade suíça de
Genebra (Foto: AFP / 30-3-2010)O maior experimento científico do mundo consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do Big Bang, que teria marcado o nascimento do universo, 13,7 bilhões de anos atrás.
a teoria

O LHC, situado em um túnel subterrâneo circular de 27 quilômetros de extensão sob a fronteiro franco-suíça, começou a circular partículas em novembro de 2009 (depois de ser fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento). Em 30 de março deste ano, o LHC promoveu as primeiras supercolisões de partículas ‘de laboratório’ da história.

A partir desta quarta-feira (15), uma comissão brasileira em visita a Genebra fará uma série de reuniões para estabelecer os termos do acordo com o centro de pesquisas. A comissão é composta pelo professor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e diretor da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Ronald Shellard, por Novaes, da Unesp, e por Ademar Seabra Cruz Júnior, diplomata brasileiro da divisão de Ciência e Tecnologia.

saiba mais
 
Brasileiros explicam estágio atual dos experimentos no Colisor de HádronsEntenda a relação da maior máquina do mundo com a origem do UniversoCientistas brasileiros acompanham em SP colisão de prótons do LHCDe acordo com Novaes, a associação traz inúmeras vantagens para o país. “O mais importante é que o Brasil passa ter direito de participar das licitações realizadas pelo Cern, em diversas áreas, até o limite da contribuição brasileira. Há o interesse explícito de empresas brasileiras de desenvolver projetos de alta tecnologia para o centro.”

Os países europeus fazem uma contribuição anual para o centro que é proporcional ao seu PIB – para o Brasil, o aporte seria de aproximadamente US$ 100 milhões (R$ 170 milhões). “Evidentemente não é isso que estamos negociando, o valor proposto está em torno de 10% desse valor”, diz Shellard. “Além disso, esse dinheiro que seria investido não viria do orçamento de ciência, ou seja, estaríamos agregando investimento em ciência no Brasil. É preciso ressaltar que estaremos investindo dinheiro em um laboratório que passa a ser nosso também.”


Um dos detectores do LHC
(Foto: Maximilien Brice / Cern 16-06-2008)Para Novaes, o acordo não beneficiaria apenas o Brasil. “O tipo de ciência que se faz no Cern requer uma internacionalização enorme. O nosso experimento, por exemplo [CMS, Solenóide compacto de múons], envolve 39 países e 185 universidades, então a internacionalização ocorre de fato em cada um dos experimentos.”

Shellard destaca também a possibilidade de formação de engenheiros brasileiros, a disseminação pelo país da área de física de altas energias, “atualmente restrita a São Paulo e Rio de Janeiro”, e ainda a possibilidade de aproveitar o know-how para aceleradores brasileiros, como o do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O Brasil já participa dos quatro principais experimentos realizados no LHC (Atlas, Alice, CMS e LHCb), com cerca de 70 pesquisadores ligados a instituições brasileiras.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

Continue Lendo...

O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

Continue Lendo...

Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).