Economia

Economia

A+ A-

Brasil pode chegar a 2050 com 80% de energia renovável

Brasil pode chegar a 2050 com 80% de energia renovável

Continue lendo...

Ainda sob o choque da crise nuclear de Fukushima, o mundo precisa de um empurrão para continuar a virada energética rumo às fontes renováveis. O novo estudo publicado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) visa servir de estímulo para os tomadores de decisão.

O Relatório Especial sobre Fontes de Energias Renováveis e Mitigação das Mudanças Climáticas (SRREN, na sigla em inglês) é categórico: até 2050, 77% de toda a energia produzida no mundo poderia vir de fontes renováveis "se houver apoio correto de políticas públicas".

Segundo os pesquisadores, esse panorama reduziria em 33% as emissões de gases de efeito estufa e ajudaria a manter a elevação da temperatura global abaixo de 2ºC. Dessa maneira, seriam aliviados os efeitos catastróficos do aquecimento global previstos pelos cientistas.

Decisões certas

Para o relatório, consideraram-se 160 cenários possíveis para a participação das fontes renováveis até 2050, e quatro deles foram analisados com maior profundidade. No mais otimista, a geração de energia limpa saltaria dos atuais 12,9% para 77%, até metade do século.

"O Brasil pode chegar em 2050 com 80% de sua energia a partir de fontes renováveis. Hoje temos aproximadamente 45% ou 46%", afirmou Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, em conversa com a Deutsche Welle.

Para chegar lá, no entanto, é preciso pavimentar bem o caminho. "Sim, estamos num momento de importantes definições de políticas públicas. Finalmente criou-se uma base, quase que um consenso, de que o Brasil tem que acompanhar o desenvolvimento mundial na incorporação de novas tecnologias de energias renováveis, principalmente eólica, solar e de biomassa", acrescentou Nobre.

No mix nacional de geração de energia, as hidrelétricas aparecem em primeiro lugar, com 66,28%. Mas a fonte eólica é promissora: "O potencial brasileiro é, talvez, o segundo maior do mundo, depois dos Estados Unidos", comentou o secretário. Essa fonte de energia cresceu 30% em todo o mundo, em 2009, diz o relatório do IPCC, perdendo apenas para a expansão da energia fotovoltaica, que foi de 50%. Os autores acreditam que em 2050 a energia solar será uma das principais fontes de geração limpa.

Fábio Scarano, autor do IPCC e diretor executivo da ONG Conservação Internacional no Brasil, lembra que há armadilhas no caminho. "O investimento que o Brasil está fazendo na polêmica usina de Belo Monte, por exemplo, poderia ir para a pesquisa de energia renovável. É preciso muito mais pesquisa nessa área, e nós estamos bem atrasados."

Euforia do petróleo brasileiro

Com o aumento da exploração petrolífera no Brasil e toda a expectativa de ganhos que se criou com a descoberta do Pré-Sal, o Brasil foi desafiado a demonstrar quão comprometido está com a sustentabilidade, e se existe risco de o país deixar de lado o investimento em energia limpa.

"O risco existe. O Brasil não pode cair no erro histórico em que a Venezuela caiu. Ela poderia ter utilizado com sabedoria sua enorme riqueza petrolífera, poderia ter sido, talvez, o primeiro país desenvolvido da América do Sul", pontua Carlos Nobre.

A maneira como o governo brasileiro irá empregar essa fonte de bonança temporária mostrará se o Brasil tem condições de fazer parte do time definitivo de economias desenvolvidas e sustentáveis. "O país tem que usar essa riqueza – que hoje vale até muito mais do que no tempo em que a Venezuela começou a extrair – para dar um salto na educação, na capacidade de inovar, principalmente no setor de energia", ponderou Nobre, que também assina o relatório do IPCC.

Jogo de interesses

Mais de 120 pesquisadores do mundo todo, dentre eles 24 brasileiros, assinam o estudo. Antes de ser publicado, nesta segunda-feira (09/05), o conteúdo precisou da aprovação dos 194 países-membros das Nações Unidas.

"O Brasil se mostrou bastante engajado no tema e, como outros países, defendeu assuntos de seu interesse", disse à Deutsche Welle o porta-voz do IPCC, Nick Nuttal, depois de o Brasil ter sido acusado de atrasar a votação do relatório.

Segundo Nuttal, a representação brasileira quis esclarecer alguns pontos referentes ao uso de biocombustível. Isso porque, como atestado num relatório das Nações Unidas de 2010, nem toda produção de combustível a partir de fonte renovável é uma arma contra as mudanças climáticas. No caso brasileiro, o modelo adotado com base na cana-de-açúcar é considerado, de fato, uma fonte limpa.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

Continue Lendo...

Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

Assine o Correio do Estado

 

 

 

Economia

Lula diz que não quer criticar taxa de juros, mas que 'está difícil'

Presidente afirma que crescimento da economia neste ano vai surpreender os 'pessimistas'

22/04/2024 18h00

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil/

Continue Lendo...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que não iria repetir as tradicionais críticas às taxas de juros, para não ofuscar as medidas que são anunciadas pelo seu governo. No entanto, acrescentou que "todo mundo sabe que está difícil".

"Eu não quero nem falar mal de juros, de outras coisas, se não a manchete do jornal será essa e não o programa Acredita", afirmou o presidente Lula.
"Você veja que ninguém falou mal de juro, que ninguém falou mal. Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode", completou.

Lula participou na manhã desta segunda-feira (22) de cerimônia de lançamento do Acredita, no Palácio do Planalto. Trata-se de de um programa estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, além de renegociar dívidas de pequenos negócios.

A MP (medida provisória) que institui o programa prevê ainda medidas para impulsionar o mercado imobiliário e facilitar atração de investimentos estrangeiros para o Brasil.
O mandatário acrescentou que está otimista com o desempenho da economia brasileira. Disse que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em 2,9%, surpreendeu já os críticos e analistas, mas que ainda não é o índice ideal. Acrescentou que "ainda é pouco".
"Um crescimento de 2,9% em 2023 é claro que é pouco, mas, diante da expectativa do mercado, foi excepcional. Não sou eu ou o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad acreditando na economia, são os empresários acreditando na economia", afirmou.
Lula então acrescentou que o crescimento da economia neste ano vai surpreender os "pessimistas".

"Eu quero alertar aos pessimistas: esse país vai crescer neste ano mais do que vocês falaram até agora. Os empregos vão ser gerados mais do que vocês imaginaram até agora. A massa salarial vai crescer mais do que vocês falaram até agora", completou.
O presidente então exaltou o programa lançado nesta segunda-feira, acrescentando que o desenvolvimento do país está necessariamente atrelado à criação de oportunidades e oferta de crédito para a população. E então disse que o principal benefício do programa é atender uma parcela da população que necessita de uma ordem menos de recursos, mas que não são atendidos pelos bancos privados.

"As pessoas que precisam de R$ 1.000, R$ 500, de R$ 1.500, de R$ 2.000, para curar uma dor qualquer que tenham dentro de casa. Banco não foi preparado para receber pobre, que chegue lá de sandália, não vou dizer o nome da sandália para não fazer propaganda", disse o presidente.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).