São Paulo
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou a rodada de negócios de ontem com valorização modesta, sustentada principalmente pelas ações da Vale. Sentimento de nervosismo marcou a jornada de ontem dos mercados, com o alto déficit grego e a inflação acima das expectativas nos EUA. As Bolsas europeias amargaram perdas, enquanto as americanas mal escaparam do terreno negativo.
O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve ganho de 0,10% no fechamento, aos 69.386 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,47 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York) subiu 0,8% na conclusão das operações do dia.
As ações da Vale ajudaram a “salvar o dia”. Papel mais negociado pelos investidores ontem (volume de R$ 840 milhões), a ação preferencial teve alta de 0,56%, enquanto a ordinária, com movimento de R$ 232 milhões, subiu 0,35%.
Entre as principais notícias relacionadas à Vale, a gigante da siderurgia alemã ThyssenKrupp anunciou que fechou um acordo com a empresa brasileira, aceitando um reajuste em torno de 100% para algumas variedades do minério de ferro.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,765, em um avanço de 0,68%.
A Bolsa de Valores tem operado sem direção forte nas últimas semanas, em meio a dúvidas entre analistas e investidores sobre qual deve ser o grau de ajuste dos juros básicos do país, na reunião do Comitê de Política Monetária marcado para a semana que vem.
O mercado, que não espera nada diferente de um aumento da Selic, está dividido entre uma correção de 0,50 ou 0,75 ponto percentual. Ontem, a agência de classificação de risco Moody’s reforçou a segunda corrente.
“A forte recuperação da economia brasileira, em boa parte baseada no consumo doméstico, está gerando um excesso de demanda que já começou a impor pressões sobre a inflação e importações”, comenta o economista da instituição, Alfredo Coutino, em relatório divulgado ontem. “Desde que há evidência suficiente de que a economia brasileira gerou um excesso de demanda nos últimos dois trimestres, os responsáveis pela política econômica deveria começar um movimento para empurrar a taxa Selic para nível neutro já em abril, que é estimado em 9,50%”, acrescenta ele.