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Bloco Sandálias de Frei Mariano abre carnaval de rua

Bloco Sandálias de Frei Mariano abre carnaval de rua

SÍLVIO ANDRADE

09/02/2010 - 22h18
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O corumbaense sai às ruas na noite de hoje para “xispar” o azar e abrir o carnaval de rua. O Bloco Sandálias de Frei Mariano, criado em 2006 para satirizar a lenda segundo a qual o polêmico missionário Mariano de Bagnaia rogou uma praga na cidade, no final do século 19, deve reunir duas mil pessoas. Por ironia, os carnavalescos desfilam na Rua Frei Mariano para dispersar na Avenida General Rondon. Por décadas se atribuiu a decadência de Corumbá à lenda cultivada por meio século, desfeita quando fossem encontradas as sandálias do religioso jogadas no Rio Paraguai. Na realidade, o declínio ocorreu por mudanças econômicas, isolamento e ausência do poder público. Mas, por vezes, motivado pelo ceticismo, o corumbaense lembrava das tais sandálias para tentar entender por que a cidade parou no tempo. A reconstrução da histórica cidade, nesta década, e a autoestima aflorada fizeram o povo se esquecer do estigma e, definitivamente, apagá-lo da memória por meio da descontração e do bom humor. Assim surgiu o bloco carnavalesco com uma letra do samba-enredo ironizando a turma do diz que me diz: “Fora com o chulé do padre! /Fora com o azar!/ Hoje eu quero é folia/Hoje eu quero rosetar”. O símbolo do bloco e seu estandarte são as sandálias do frei, que deixou a cidade em 1886 com a fama de caloteiro por causa de uma dívida com o montador do relógio da matriz de Nossa Senhora da Candelária, que mandou construir depois da Guerra do Paraguai (1864-1867). Os jornais noticiaram o fato, relatando versões conforme a tendência política. Uma delas: a cidade negou ajuda ao pároco. Figura emblemática O episódio contribuiu para criar uma figura mística e dramática do homem considerado o “Missionário do Pantanal”. Hoje, no entendimento da maioria dos corumbaenses, especialmente daquelas pessoas ligadas à cultura, Mariano de Bagnaia deixou de ser o vilão da história. Sobrevivente da guerra, onde foi torturado, o frei é considerado um personagem importante da cultura local e teria sido mal compreendido. “O bloco não apenas cultiva a lenda pelo lado positivo, exorcizando o azar, como diz a letra do samba”, diz a superintendente de Cultura, Heloísa Helena Urt. “É um resgate da nossa própria história, tornando em evidência o papel do Mariano. Foi ele quem trouxe a imagem da nossa padroeira (Nossa Senhora de Candelária), era um homem revolucionário para sua época e teve conflitos com os coronéis”. O surgimento do bloco e a valorização dada pela prefeitura ao carnaval dos velhos tempos e cultural, segundo a superintendente, inserem a festa do Momo no contexto histórico e do desenvolvimento de Corumbá. “Lembramos das sandálias sem aquele negativismo do passado, até porque a lenda se integrou à nossa cultura, assim como o corso, as pastorinhas e os cordões”, observa Heloísa Urt.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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