bruno grubertt
O biólogo Fernando Chiavenatto, acusado de participar do esquema de organização de safáris para o abate ilegal de onças no Pantanal, deve se entregar nas próximas horas à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR), onde mora e pratica taxidermia. De acordo com as investigações da polícia, ele teria empalhado os animais caçados para que turistas os guardassem como “troféus”.
Os outros dez envolvidos, que foram detidos na segunda-feira, continuam presos na delegacia da Polícia Federal em Sinop (MT), onde devem ficar até o fim das investigações.
Anteontem, a Federal prendeu dez pessoas envolvidas na caça clandestina de onças no Pantanal e em outras regiões do País. A investigação, iniciada em Corumbá, apontou participantes da quadrilha em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná, onde foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão. Além de carcaças de animais, também foram apreendidas armas e munições de uso restrito.
Segundo o delegado da PF em Corumbá, Alexandre do Nascimento, que coordena as investigações, o biólogo deveria ter se entregado ontem. Porém, a Federal de Curitiba informou, no início da noite de ontem, que Fernando ainda não havia se apresentado e que poderia fazê-lo hoje. Ele tem um mandado de prisão aberto em seu nome e deve permanecer detido assim que chegar à sede da Polícia.
As carcaças apreendidas serão levadas amanhã para Corumbá, onde devem passar por exames de DNA. Os laudos vão determinar de quais espécies são os exemplares abatidos. O resultado desses exames sai em 20 dias.
Todas as pessoas investigadas responderão pelos crimes de formação de quadrilha, porte e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e matar ou perseguir animais silvestres, com agravante de a espécie estar em extinção. Os acusados podem ser condenados a um período de 10 a 15 anos de reclusão e também pagarão multas referentes ao processo administrativo aberto pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).