Dois anos após um dos maiores desastres ferroviários da Argentina, a Justiça deu início hoje ao julgamento que busca os culpados pelo acidente na estação Once, em Buenos Aires. O descarrilamento de um trem, ocorrido em fevereiro de 2012, deixou 51 mortos e 789 feridos.
A Justiça deverá decidir se o acidente ocorreu por falha do maquinista ou se por culpa do Estado e dos empresários que possuíam a concessão do serviço e não fizeram a manutenção adequada do trem. Na ocasião da tragédia, o maquinista alegou falha nos freios do veículo.
O julgamento, previsto para durar um ano, conta com 29 pessoas no banco do réus e 380 testemunhas convocadas.
Entre os acusados, além do maquinista Marcos Córdoba, estão os ex-secretários de Transporte do país Ricardo Jaime e Juan Pablo Schiavi e os empresários Sergio e Mario Cirigliano, donos da TBA, que operava a linha ferroviária.
Os três juízes a cargo do processo analisarão três pontos: se os freios do trem funcionavam, se os subsídios para a manutenção dele foram usados e se estava dentro dos deveres dos acusados evitar a tragédia.
As acusações na esfera criminal partiram inicialmente de 61 pessoas, a maioria familiares dos que morreram no desastre. No processo civil, 350 vítimas pedem indenizações.
Ontem, três grupos de parentes de vítimas decidiram retirar as queixas no processo penal mediante um acordo de indenização com a empresa TBA. Os valores negociados não foram divulgados, mas chegariam a 300 mil pesos (US$ 37.600).