MICHELLE ROSSI
A greve dos funcionários da área de enfermagem da Santa Casa de Campo Grande, que reivindicam 15% de reajuste salarial, pode ser encerrada em audiência marcada para amanhã, às 16h, no Tribunal Regional do Trabalho em Campo Grande. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem em Mato Grosso do Sul, Helena Delgado, a adesão à greve, que começou na segunda-feira, é no momento de 100% dos funcionários do hospital. No entanto, 30% do efetivo continua se revezando no trabalho, atendendo ao que é exigido pela lei, de acordo com o sindicato.
A direção da Santa Casa ingressou ontem no Ministério Público do Trabalho com dissídio de greve, informando que o hospital deixa de realizar cerca de 30 cirurgias eletivas (agendadas) diárias em decorrência da paralisação. Também houve prejuízo no atendimento, pois os profissionais são responsáveis por acompanhar o estado de saúde dos pacientes, bem como encaminhá-los a setores destinados a exames e curativos diversos. As cirurgias de urgência e emergência continuam sendo realizadas no hospital.
Negociações
O diretor da Santa Casa, Jorge Martins, que assumiu o cargo no início deste mês, disse que a categoria não “esgotou todas as possibilidades de diálogo com a direção do hospital antes de entrar em greve”. A presidente do sindicato, por sua vez, informa que as negociações que estavam sendo realizadas entre a classe e a direção foram interrompidas quando a nova gestão assumiu.
Ainda na pauta de reivindicações dos enfermeiros — cerca de 880 atuantes na Santa Casa — está o pedido de inclusão da classe no plano de saúde do hospital. “Desde 1999, os funcionários que são admitidos na Santa Casa não podem usar o plano de saúde oferecido pela entidade”, informou a presidente.
A média salarial para os técnicos e auxiliares de enfermagem, com nível médio, no hospital é de R$ 540 a R$ 780 por 44 horas semanais e R$ 2 mil para nível superior, na mesma carga horária. O diretor da Santa Casa informa que está estudando as possibilidades de reajuste salarial para a categoria, mas já antecipa que “o hospital está com dívidas de mais de R$ 1 milhão e qualquer aumento teria impacto na folha”, citou.