Lidiane kober
Por unanimidade, a Executiva Regional do PDT expulsou o prefeito Ari Artuzi do partido, dissolveu o diretório de Dourados e nomeou o ex-deputado federal José Elias Moreira para comandar a legenda no município. A medida leva em conta a prisão do prefeito e do presidente municipal da sigla, o vereador Edvaldo Moreira, acusados de fraude em licitação, corrupção e formação de quadrilha. O esquema foi desmantelado pela Polícia Federal na Operação Uragano.
O processo de afastamento de Artuzi começou na última sexta-feira (3), quando a Executiva acionou o Conselho de Ética depois de Sérgio Roberto Castilho Vieira, militante do partido, apresentar representação contra o prefeito. O relator do caso foi o presidente de honra do PDT, João Leite Schimidt. Ele pediu a expulsão de Artuzi e ganhou o apoio de todos integrantes da executiva.
Além da suspeita de chefiar o esquema de corrupção na Prefeitura de Dourados, pesou contra Artuzi, segundo o presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, indisciplina partidária. “O prefeito traiu o partido ao anunciar publicamente apoio aos nossos adversários, tanto candidatos a deputado quanto senador e governador”, disse. Contrariando decisão da executiva de aliança com o PT, Artuzi pediu votos em favor do governador André Puccinelli (PMDB), dos candidatos a senador Waldemir Moka (PMDB) e Murilo Zauith (DEM) e para o deputado estadual Ary Rigo (PSDB).
Intervenção
Além de expulsar Artuzi do partido, a Executiva dissolveu o Diretório Municipal do PDT, até então, comandado por aliados do prefeito. A presidência da equipe interventora está nas mãos do ex-deputado federal José Elias. Também integram a comissão provisória Diolino Rodrigues de Souza, Jorge Luis de Souza, Wellington Câmara Figueiredo e Samir Pascoal Anache.
Caberá ao grupo reerguer o partido em Dourados e decidir o futuro dos três vereadores do PDT — Edvaldo Moreira, Humberto Teixeira Júnior e Aurélio Bonatto — presos por supostamente participar do esquema de fraudes em licitação na prefeitura.
Conforme Shimidt, a comissão provisória deverá se reunir ainda hoje em Dourados para tratar do destino dos vereadores. Ele acredita que deverá ser aberto processo para investigar a partipação dos três nos crimes apurados pela PF na Operação Ugarano. O dirigente garantiu ampla defesa aos acusados.
A expectativa é de que José Elias permaneça no comando do PDT de Dourados por 90 dias. “Neste período, teremos que renascer das cinzas para não causar danos à história do partido”, comentou Schimidt.