O Procurador-Geral de Justiça,
Miguel Vieira da Silva, denunciou
ontem o prefeito de
Dourados, Ari Artuzi (PDT),
por suposto envolvimento com
quadrilha que fraudava licitações
para fechar contratos para
a exploração de serviços em
várias áreas, como saúde e atividade
funerária. O esquema
foi desmantelado pela Polícia
Federal em 2008, durante a
Operação Owari.
Artuzi foi denunciado ao
Tribunal de Justiça (TJ), por
ter direito a foro privilegiado.
Também foram denunciados
o comerciante Sizuo
Uemura, apontado como
cabeça do esquema fraudulento;
o filho dele, Eduardo
Takashi Uemura; o secretário
de Governo de Artuzi, Darci
Caldo; o assessor especial da
Prefeitura de Dourados, Jorge
Antônio Dauzacker da Silva;
o diretor de Departamento de
Habitação da cidade, Astúrio
Dauzacker da Silva; os vereadores
Humberto Teixeira Júnior,
Paulo Henrique Amos Ferreira
e Sidlei Alves da Silva, além
do engenheiro da Prefeitura,
Fabiano Furucho, e o Secretário
Municipal de Saúde, Sandro
Ricardo Barbara.
Segundo Miguel Vieira, “ficou
evidenciada a existência
de uma influente organização
criminosa voltada à prática
de vários crimes, muitos deles
em prejuízo da administração
pública”. Ainda conforme o
Ministério Público, empresas
de propriedade de Sizuo
Uemura - algumas em nome
de terceiros - firmavam contratos
com empresas públicas
e municípios, depois de vencer
licitações direcionadas.
O caso
No dia 7 de julho do ano
passado, a Polícia Federal
prendeu 42 pessoas – empresários,
servidores públicos
municipais, secretários da
administração de Ari Artuzi
e três vereadores, acusados
de crimes como fraude em
licitações, formação de quadrilha,
corrupção, agiotagem,
entre outros. Por ordem do
Procurador-Geral de Justiça, o
Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado
(GAECO) deu continuidade à
investigação da PF, para apurar
a ligação de Artuzi no esquema.
O prefeito teve, inclusive,
o sigilo bancário quebrado pelo
Tribunal de Justiça a pedido
do Ministério Público.
Escutas telefônicas feitas
na campanha eleitoral de
2008 teriam flagrado a então
coordenadora-financeira da
campanha de Artuzi, Maria
Luna, pedindo dinheiro a Sizuo
Uemura. Ela ainda ocupa
cargo de confiança na administração
municipal.
Artuzi foi procurado pela
equipe de reportagem para
comentar a denúncia, mas seu
celular, assim como o de seu
assessor de imprensa, estava
desligado ou fora de área. A
informação é que ele esteve
ontem em Campo Grande e,
no início da noite, estava retornando
a Dourados. Se o TJ
acolher a denúncia, Artuzi vira
réu no processo