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Arquiteta foi queimada viva, diz laudo

Arquiteta foi queimada viva, diz laudo

Redação

16/07/2010 - 08h29
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DANIELLA ARRUDA

Laudo necroscópico apresentado ontem pela Polícia Civil e Instituto Médico-Odontológico Legal (Imol) comprova que a arquiteta Eliane Nogueira de Andrade, de 39 anos, ainda estava viva depois de ser esganada e ser colocada no próprio veículo, que em seguida foi incendiado, na madrugada de 2 de julho na região do Tiradentes. Os exames periciais, divulgados durante coletiva à imprensa, também constataram que um fragmento de tecido encontrado grudado no corpo da vítima tem o mesmo padrão da camisa utilizada pelo projetista Luiz Afonso dos Santos de Andrade, de 42 anos, durante uma festa em que esteve junto com Eliane, na noite anterior ao assassinato.

Preso há 13 dias como o principal suspeito pelo crime, o projetista foi reconhecido por um taxista que o transportou na madrugada de 2 de julho da Rua Joaquim Murtinho, no Bairro Itanhangá, até as proximidades do Hipermercado Extra, entre as ruas 13 de Junho e Maracaju, próximo do prédio onde o casal morava e da empresa onde o projetista estava residindo após separar-se de Eliane, três dias antes do crime. O taxista prestou depoimento ontem à polícia.

O titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil, Wellington de Oliveira, ainda aguarda informações da quebra de sigilos bancário e telefônico do acusado e da vítima, laudos do exame pericial do local do crime, de corpo de delito de Luiz Afonso e outros exames complementares, porém considera que já há elementos suficientes para o indiciamento do acusado. “Ele vai ser indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, com emprego de fogo e também por incêndio”, adiantou. O delegado também vai pedir a conversão da prisão temporária do projetista, que tem duração de 30 dias, para prisão preventiva, assim que relatar o inquérito.

Provas
Conforme o laudo pericial do Imol, a causa da morte de Eliane foi “asfixia por imersão em atmosfera de gases irrespiráveis, seguida a uma asfixia mecânica por constrição incompleta do pescoço do tipo esganadura”. As lesões características de esganadura foram constatadas devido à preservação da parte superior do corpo das chamas (Eliane foi jogada no banco do passageiro com a cabeça pela frente); além disso, exame radiológico mostrou ter havido fratura do osso hióide (da laringe) da vítima, que muitas vezes é lesionado no ato da esganadura. Já os exames internos constataram que um dos pulmões, também preservado no incêndio, apresentava coloração rosa carmim, característica da inalação de fumaça. “A esganadura tirou a consciência dela (Eliane), mas a morte ocorreu por inalação de monóxido de carbono”, explicou o coordenador de divisão do Imol, Marco Antônio Araújo de Melo.

Segundo a versão da polícia, a arquiteta foi esganada e entrou em estado de morte aparente, situação que somente profissionais da área médica conseguiriam constatar. “Até então, o resultado morte poderia ter sido evitado, porém o autor tomou a decisão errada”, disse o delegado Wellington.
O coordenador de divisão do Imol também confirmou que seria possível a vítima sobreviver, caso tivesse recebido socorro médico após sofrer a esganadura. “Agora, se essa asfixia iria gerar lesão cerebral, ou até mesmo coma, só o tempo poderia dizer”, comentou. A perícia conseguiu estabelecer o horário da morte aparente (por esganadura), ocorrida à 1h30min, porém não foi possível definir quanto tempo demorou para a arquiteta ir a óbito por inalação de fumaça, pois isso dependeria do estado físico, psiquíco e até mesmo da influência de bebida alcoólica sobre o organismo dela.

Ainda com base no laudo pericial, Marco Antônio Araújo de Melo classificou o crime como “de alta crueldade”. “Esganar já é considerado um método cruel, porque é uma morte demorada e agônica. O ato de atear fogo a um ser humano também é de crueldade”, classificou.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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