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Arapucas

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LUIZ OVANDO

02/02/2010 - 23h15
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Termo bastante usado no passado para expressar a idéia de armadilha para apanhar pássaros pequenos ou mesmo os menos avisados. Campo Grande é uma cidade pujante. Cresceu bastante nos últimos anos e é fundamentalmente cosmopolita. Aqui há representantes de todos os estados brasileiros e de países sul-americanos, sem falar dos descendentes de imigrantes de outros continentes. O trânsito tem aumentado e com ele os acidentes e mortes prematuras. São cerca de 355.992 veículos na Capital. Para cá convergem os outros 520.847 veículos do interior do Estado em período diferente, mas nem sempre acostumados ao trânsito da cidade. O novo código de trânsito brasileiro entrou em vigor em 22/01/1998, aprovado pela lei 9503 de 23/09/1997. Inicialmente houve significativa redução de casos fatais em acidentes de trânsito, mas ultimamente tem havido progressivo aumento. Um dos recursos usados tem sido os redutores de velocidade, também conhecido como lombada ou lombada eletrônica, dispositivo que documenta a infração através de fotografia. Esse recurso tem reduzido acidentes e mortes em rodovias. É justificável quando há riscos inquestionáveis de perigo e comprovada redução de mortes. O importante passa a ser a preservação da vida. Baseado nesses argumentos que nem sempre são comprovados em determinados logradouros, os administradores instalam verdadeiras arapucas arrecadadoras. Recentemente, essas lombadas eletrônicas foram colocadas no Parque dos Poderes. Historicamente, acidentes na Av. dos Poetas são raríssimos. Em mais de 20 anos da existência do Parque dos Poderes, somente um acidente fatal ocorreu. Qual a verdadeira intenção dessas lombadas? Sem dúvida que não é a proteção do cidadão, mas sim a extorsão. Por ali passam chacareiros, estudantes, poucos viajantes e sobretudo funcionários públicos que bem conhecem o trânsito do local e zelam por ele. O único objetivo é explorar a distração dos usuários e tomar-lhes o dinheiro já escasso pela carga tributária exorbitante deste país sem a merecida proteção a que todos os seus habitantes tem direito. Não adianta recorrer, todo o sistema está comprometido. Você já ganhou algum recurso de questões de trânsito? Claro que não! Onde é necessário colocar redutor de velocidade, como no cruzamento da Av. Ernesto Geisel com a Eça de Queiroz, nada acontece a não ser acidentes graves numa média de dois por semana, fora os menores que se resolvem no local sem registro. O cidadão está desencantado com a ação do estado. Todo momento e instante há arapucas no seu caminho. Na saúde, então, é vergonhoso. Constroem-se CTIs, reforma-se Pronto Socorro que antes de terminar já está com o piso todo estragado. A sobrecarga de demanda por não solução nos postos de saúde esgota os recursos e suspende-se cirurgia por falta de anestésicos básicos e soros. Os capinógrafos novos disponíveis têm sensores descartáveis que custam mais de R$ 300,00 (trezentos reais), valor superior ao que é pago pelo SUS por anestesia. Há arapucas nas informações e notícias. O “excesso”de chuvas está sendo responsabilizado pela nova epidemia de dengue que assola Campo Grande. O que dizer da Leishmaniose? O processo educativo de responsabilidade do estado não tem sido levado a efeito em nenhuma de suas ações obrigatórias. Há arapucas nos bancos, companhias telefônicas, sistema de crédito e até nas Igrejas. Aqui é que está o maior perigo. Usa-se a bíblia para atrair os incautos com promessas de progresso e realizações materiais. Virou um grande negócio. Todos os canais de televisão têm algum tipo de pregação fundamentada na teologia da prosperidade, com estímulo ao capitalismo e suas mazelas e à competição. Esquece-se intencionalmente do verdadeiro plano Divino que é a transformação e recuperação do homem através da restauração da sintonia espiritual humana com o espírito de Deus. Seria interessante você se perguntar qual o impacto social que o estado, as organizações e a igreja têm causado na minha vida, na minha família e na sociedade? Estamos melhores como aglomerado humano ou temos que continuar a nos defender a qualquer custo? Vale a pena pensar sobre essas questões.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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