Termo bastante usado no passado para expressar a idéia de armadilha para apanhar pássaros pequenos ou mesmo os menos avisados. Campo Grande é uma cidade pujante. Cresceu bastante nos últimos anos e é fundamentalmente cosmopolita. Aqui há representantes de todos os estados brasileiros e de países sul-americanos, sem falar dos descendentes de imigrantes de outros continentes. O trânsito tem aumentado e com ele os acidentes e mortes prematuras. São cerca de 355.992 veículos na Capital. Para cá convergem os outros 520.847 veículos do interior do Estado em período diferente, mas nem sempre acostumados ao trânsito da cidade. O novo código de trânsito brasileiro entrou em vigor em 22/01/1998, aprovado pela lei 9503 de 23/09/1997. Inicialmente houve significativa redução de casos fatais em acidentes de trânsito, mas ultimamente tem havido progressivo aumento. Um dos recursos usados tem sido os redutores de velocidade, também conhecido como lombada ou lombada eletrônica, dispositivo que documenta a infração através de fotografia. Esse recurso tem reduzido acidentes e mortes em rodovias. É justificável quando há riscos inquestionáveis de perigo e comprovada redução de mortes. O importante passa a ser a preservação da vida. Baseado nesses argumentos que nem sempre são comprovados em determinados logradouros, os administradores instalam verdadeiras arapucas arrecadadoras. Recentemente, essas lombadas eletrônicas foram colocadas no Parque dos Poderes. Historicamente, acidentes na Av. dos Poetas são raríssimos. Em mais de 20 anos da existência do Parque dos Poderes, somente um acidente fatal ocorreu. Qual a verdadeira intenção dessas lombadas? Sem dúvida que não é a proteção do cidadão, mas sim a extorsão. Por ali passam chacareiros, estudantes, poucos viajantes e sobretudo funcionários públicos que bem conhecem o trânsito do local e zelam por ele. O único objetivo é explorar a distração dos usuários e tomar-lhes o dinheiro já escasso pela carga tributária exorbitante deste país sem a merecida proteção a que todos os seus habitantes tem direito. Não adianta recorrer, todo o sistema está comprometido. Você já ganhou algum recurso de questões de trânsito? Claro que não! Onde é necessário colocar redutor de velocidade, como no cruzamento da Av. Ernesto Geisel com a Eça de Queiroz, nada acontece a não ser acidentes graves numa média de dois por semana, fora os menores que se resolvem no local sem registro. O cidadão está desencantado com a ação do estado. Todo momento e instante há arapucas no seu caminho. Na saúde, então, é vergonhoso. Constroem-se CTIs, reforma-se Pronto Socorro que antes de terminar já está com o piso todo estragado. A sobrecarga de demanda por não solução nos postos de saúde esgota os recursos e suspende-se cirurgia por falta de anestésicos básicos e soros. Os capinógrafos novos disponíveis têm sensores descartáveis que custam mais de R$ 300,00 (trezentos reais), valor superior ao que é pago pelo SUS por anestesia. Há arapucas nas informações e notícias. O “excesso”de chuvas está sendo responsabilizado pela nova epidemia de dengue que assola Campo Grande. O que dizer da Leishmaniose? O processo educativo de responsabilidade do estado não tem sido levado a efeito em nenhuma de suas ações obrigatórias. Há arapucas nos bancos, companhias telefônicas, sistema de crédito e até nas Igrejas. Aqui é que está o maior perigo. Usa-se a bíblia para atrair os incautos com promessas de progresso e realizações materiais. Virou um grande negócio. Todos os canais de televisão têm algum tipo de pregação fundamentada na teologia da prosperidade, com estímulo ao capitalismo e suas mazelas e à competição. Esquece-se intencionalmente do verdadeiro plano Divino que é a transformação e recuperação do homem através da restauração da sintonia espiritual humana com o espírito de Deus. Seria interessante você se perguntar qual o impacto social que o estado, as organizações e a igreja têm causado na minha vida, na minha família e na sociedade? Estamos melhores como aglomerado humano ou temos que continuar a nos defender a qualquer custo? Vale a pena pensar sobre essas questões.