“Arapongagem” leva prefeito a romper com dirigentes sindicais
4 MAR 10 - 05h:46
Irritado por ter sido vítima
de “arapongagem” – com
a gravação de reunião ocorrida
no último sábado –, o
prefeito de Campo Grande,
Nelsinho Trad, afirmou que
não negociará mais com a
atual diretoria do Sindicato
dos Trabalhadores em Saúde
Pública, Previdência e Assistência
Social (Sintesp). Qualquer
conversa sobre reajuste
deverá ser com o secretário
municipal de Administração,
Jorge Martins. “Foi uma
quebra de confiança. Não me
comunicar que a conversa
estava sendo gravada é um
desrespeito. Não tenho nada
a esconder – tudo que falei
para eles digo novamente,
mas considero este um ato
de desrespeito”, declarou.
A reunião, ocorrida no
gabinete do prefeito, foi para
reivindicar reposição salarial
de 60%. No entanto, integrantes
do Sintesp, dias antes, já
haviam votado por paralisação
na terça-feira, que de fato
aconteceu. A antecipação da
decisão de cruzar os braços
antes da conversa com o prefeito
fez com que as negociações
fossem suspensas. “Estamos
no período de combate à
dengue e não há como parar
a cidade para pedir aumento
agora, já que a data-base é
somente em maio”, explicou
Nelsinho Trad, na ocasião.
Trabalho
Pelo segundo dia, agentes
de saúde, comunitários e
epidemiológicos reuniram-se
em frente ao Paço Municipal
para pressionar a prefeitura a
conceder o reajuste no valor
das gratificações, hoje de R$
144 a R$ 252. Hoje, a manifestação
será na Câmara de
Vereadores e os representantes
devem usar a tribuna para
falar sobre a situação dos
trabalhadores.
Com a greve, por dia, deixam
de ser recolhidos das
casas cerca de 200 quilos de
materiais que acumulam água
e podem se tornar criadouros
do mosquito da dengue, além
da diminuição da aplicação
de inseticidas. A cidade vive
epidemia da doença e o número
de casos notificados
ultrapassou os 18 mil.