Irritado por ter sido vítima de “arapongagem” – com a gravação de reunião ocorrida no último sábado –, o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, afirmou que não negociará mais com a atual diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública, Previdência e Assistência Social (Sintesp). Qualquer conversa sobre reajuste deverá ser com o secretário municipal de Administração, Jorge Martins. “Foi uma quebra de confiança. Não me comunicar que a conversa estava sendo gravada é um desrespeito. Não tenho nada a esconder – tudo que falei para eles digo novamente, mas considero este um ato de desrespeito”, declarou. A reunião, ocorrida no gabinete do prefeito, foi para reivindicar reposição salarial de 60%. No entanto, integrantes do Sintesp, dias antes, já haviam votado por paralisação na terça-feira, que de fato aconteceu. A antecipação da decisão de cruzar os braços antes da conversa com o prefeito fez com que as negociações fossem suspensas. “Estamos no período de combate à dengue e não há como parar a cidade para pedir aumento agora, já que a data-base é somente em maio”, explicou Nelsinho Trad, na ocasião. Trabalho Pelo segundo dia, agentes de saúde, comunitários e epidemiológicos reuniram-se em frente ao Paço Municipal para pressionar a prefeitura a conceder o reajuste no valor das gratificações, hoje de R$ 144 a R$ 252. Hoje, a manifestação será na Câmara de Vereadores e os representantes devem usar a tribuna para falar sobre a situação dos trabalhadores. Com a greve, por dia, deixam de ser recolhidos das casas cerca de 200 quilos de materiais que acumulam água e podem se tornar criadouros do mosquito da dengue, além da diminuição da aplicação de inseticidas. A cidade vive epidemia da doença e o número de casos notificados ultrapassou os 18 mil.