Na m a n h ã d e ontem, apenas 25 passageiros embarcaram na Estação Ferroviária Generoso Albuquerque, localizada no distrito de Indubrasil, e o vagão-camarote não chegou a sair da estação porque nenhuma passagem para a área vip foi vendida. Oito meses depois, este é o retrato do Trem do Pantanal. Este foi o 38º final de semana em operação, e a tendência do trem, pelo menos por enquanto, é continuar seguindo neste ritmo lento. Porém esta situação não tira o ânimo e muito menos a esperança do diretor-presidente da empresa Serra Verde, responsável por administrar as viagens, Adonai Aires de Arruda. Ele garante que o baixo fluxo de passageiros é normal porque este tipo de produto turístico leva de dois a três anos para “maturar”. Adonai Aires de Arruda afirmou que desde o início das atividades em Mato Grosso do Sul, o Trem do Pantanal transportou cerca de 5 mil passageiros, o que resultaria numa média de 131 pessoas por final de semana. A expectativa do empresário é de que neste ano pelo menos 30 mil passageiros façam o trajeto Campo Grande / Miranda a bordo do trem. “No Paraná, este serviço existe há 12 anos e há cinco nós batemos o recorde no transporte de pessoas. Em 2009, foram 150 mil turistas”, esclarecendo que a dificuldade em Mato Grosso do Sul decorre do fato de que o trem ficou bastante tempo sem funcionar e muitas pessoas ainda não sabem que ele voltou. Com o objetivo de auxiliar na divulgação e facilitar a compra de passagens, a empresa inaugurou, na última sexta-feira, escritório num vagão localizado na Avenida Afonso Pena, ao lado da Morada dos Baís. O diretor-presidente justificou ainda que, apesar de janeiro ser um mês de férias, a temporada forte para comercialização de passagens é de setembro a novembro, época em que as pessoas aproveitam para pescar em Miranda ou em municípios próximos. Apesar do baixo fluxo, Adonai garantiu que “continuará investindo sem maiores preocupações”. Corumbá Conforme o empresário, a ampliação do destino do trem até Corumbá é uma situação que já estava prevista tanto por investidores quanto pelo poder público, porém o atendimento desta necessidade prevê a recuperação da via ferroviária para o transporte de passageiros, e quem sinaliza essa obra é a empresa América Latina Logística (ALL). Segundo Adonai, a execução deste trabalho levaria em torno de um ano, adiando assim a ampliação da rota para abril de 2011. “Hoje não estaríamos preparados para isso”, explicando que o projeto, além de vias em bom estado, requer ferramentas turísticas e capacitação de pessoas. Como deficiência, ele citou que existe apenas um voo diário com destino a Corumbá e o ideal seria um acordo com companhias aéreas para proporcionar facilidades às pessoas que veem de outros estados ou países. “A cidade é linda, tem rios, tem história, então não vejo dificuldades, mas tem que ser receptiva”, alertou. Para ele, o município precisa também aumentar sua capacidade hoteleira e preparar o setor gastronômico para atender a uma grande quantidade de turistas. “Morretes, no Paraná, recebeu 150 mil pessoas em 2009 para almoçar”, exemplificou. O diretor ressaltou que na sexta-feira participou de uma reunião com a presidente da Fundação Estadual de Turismo, Nilde Brum, para tratar da futura rota, e garantiu que a partir da primeira quinzena de março pretende também se reunir com autoridades de Corumbá.